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Centauro: “Precisamos ajustar nossa relação com o mercado”, diz CEO

16 de ago, 2023

O grupo SBF, dono da Centauro, precisa dar mais clareza aos investidores sobre a mudança estratégica pela qual a empresa está passando, diz o CEO Pedro Zemel.

As ações da companhia – que também controla a operação da Nike no Brasil – caíram 25% logo após a divulgação dos resultados na terça-feira passada. Na visão do executivo, os números decepcionaram, mas nada que justificasse uma baixa desse tamanho.

Para Zemel, a quedas das ações “foi um recado importante de que a gente pode e deve fazer ajustes em como nos comunicamos e contamos a nossa história, que ficou difícil de ser explicada”. “Precisamos ajustar nossa relação com o mercado.”

A “história difícil de ser explicada” é a transição de uma companhia com foco em crescimento para outra que prioriza a rentabilidade. “Na nossa leitura, uma empresa que tem R$ 8 bilhões de receita bruta nos últimos 12 meses deveria ser capaz de produzir mais rentabilidade e mais lucro líquido. Precisa ser prioridade”, diz Zemel.

Isso ainda não aconteceu. No segundo trimestre, a margem Ebitda recuou 0,6 p.p., para 10%, e o grupo teve prejuízo de R$ 32,6 milhões (frente a um lucro de R$ 31 milhões no mesmo período do ano passado).

“O primeiro semestre foi o olho do furacão da mudança estratégia”, diz Zemel. Para ele, os resultados devem começar a melhorar já no segundo semestre, com o aumento das vendas especialmente na época da Black Friday e do Natal.

O segundo semestre também será um período importante para a empresa diminuir os seus estoques – um dos grandes pontos de preocupação do mercado. No segundo tri, os estoques somaram R$ 2 bilhões, 50% acima do registrado no ano anterior.

Zemel diz que, até o fim do ano, esse número estará equacionado, com a diminuição das compras para o próximo semestre e as promoções que a empresa tem feito com os produtos da Nike. Mas ele admite que as margens podem ser afetadas por conta dos mark-downs.

O CEO também conta com o o segundo semestre para diminuir a alavancagem, que chegou a 3,4x no segundo tri. Como o período, normalmente, é aquele em que o varejo gera mais caixa, o executivo acredita que a alavancagem poderá voltar aos patamares históricos da companhia, abaixo de 2x.

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