A Fogo de Chão – churrascaria brasileira que levou o conceito de rodízio para os Estados Unidos – está trocando de mãos mais uma vez, saindo da Bolsa menos de três anos depois de ser listada.

A Rhône Capital, gestora de investimentos com mais de US$ 5 bilhões em ativos sob gestão, está pagando US$ 15,75 por ação da Fogo de Chão, um prêmio de 25,5% sobre o preço de fechamento da ação na sexta-feira.

Acionistas detentores de 60% do capital – incluindo a empresa de private equity Thomas H. Lee Partners e executivos da companhia – já aceitaram a oferta, que também foi aprovada pelo conselho de forma unânime.

Ao todo, a operação avalia a companhia em US$ 560 milhões incluindo a dívida. 

“Após uma avaliação cuidadosa das opções disponíveis, o conselho de administração está confiante de que esta transação dará uma oportunidade significativa para a Fogo de Chão trazer o maior valor para seus acionistas, ao mesmo tempo em que oferece o melhor caminho para a marca, seus empregados e consumidores fiéis”, disse o CEO da companhia, Larry Johnson, que está no cargo há mais de uma década.

Fundada em 1981 pelos irmãos Arri e Jair Coser, a Fogo de Chão já fez seu próprio rodízio entre vários acionistas. 

Em 2006, a GP Investimentos comprou 40% do capital por US$ 64 milhões, ampliando a fatia para 100% cinco anos depois — numa transação que avaliou a companhia em US$ 95 milhões. 

Em 2012, o Thomas H. Lee Partners comprou a companhia por US$ 400 milhões, e a levou para a Nasdaq três anos depois. Mas desde o IPO (que saiu a US$ 20/ação), a Fogo de Chão não se mostrou nenhum filé: de lá para cá as ações caíram quase 40%.

Agora, a Rhône terá a oportunidade de crescer o negócio nos EUA, onde ainda há muitas capitais sem uma loja da Fogo de Chão. Além de nove restaurantes no Brasil, a companhia tem apenas 38 restaurantes nos Estados Unidos. Quando era dono do negócio, Coser estimava que o mercado americano comportaria pelo menos 100 lojas.

Além disso, um controlador com o fôlego e a visão da Rhône pode permitir que o churrasco gaúcho realize sua vocação:  tornar-se um prato mundial.

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A Jefferies foi o assessor financeiro da Fogo de Chão, enquanto o JP Morgan assessorou a Rhône.

Davis Polk & Wardwell e o Weil, Gotshal & Manges foram conselheiros legais da Fogo; a Rhône foi aconselhada pelo Sullivan & Cromwell.

Credit Suisse e Wells Fargo estão financiando o comprador.