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O Brasil evangélico

6 de nov, 2024

Os evangélicos já representam cerca de 30% da população brasileira, e há estudos que apontam que essa será a maior religião do país na próxima década. Mas a importância dessa religião pode ir além dos números, na visão do antropólogo Juliano Spyer e da economista Deborah Bizarria. Eles foram convidados pelo também economista Marcos Lisboa para debater o assunto neste episódio de Lado B.

“Há pessoas dentro da igreja que, com a ausência do poder público, se encontram e se organizam para resolver os problemas do dia a dia”, disse Spyer. Para ele, a igreja consegue fazer alguns “milagres sociológicos”, ajudando a resolver problemas familiares e de saúde pública – como o auxílio para que os fieis abandonem vícios em álcool e drogas.

“Nas minhas pesquisas, percebi que essas pessoas eram mais saudáveis e cuidavam mais umas das outras do que a minha perspectiva preconceituosa supunha”, disse Spyer.

Para Deborah Bizarria, que é evangélica e estudou economia comportamental na Warwick University, ainda há muito preconceito contra os evangélicos, tanto pela falta de conhecimento quanto pela insistência em colocar todos na mesma categoria.

“A esquerda está se debatendo para chegar ao pobre evangélico, mas a visão de mundo é muito diferente. Enquanto a esquerda vai dizer que o patrão dele o está explorando, o evangélico, na verdade, quer trabalhar muito para ele mesmo se tornar o patrão”, diz a economista.

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