31 de ago, 2024
O Banco Central deveria elevar a Selic neste ano porque a situação da economia brasileira pede isso — e não por uma questão de credibilidade. Essa é a visão de Rodrigo Azevedo, sócio-fundador da Ibiuna e ex-diretor de política monetária do BC. Na visão de Azevedo, a economia está aquecida e a expectativa de inflação está desancorada. Isso, somado à desvalorização do real à volatilidade que pode ser gerada pela eleição americana, pode um aumento de juros “proativo”.
Para o gestor, é melhor ser proativo e levar a inflação mais rapidamente para a meta do que “esperar para ver”. O problema dessa segunda opção, diz ele, é que o BC pode descobrir daqui a alguns meses que estava errado, e ter de aumentar ainda mais os juros para conter a inflação. “A estratégia de fazer uma alta proativa de 1,5 ponto percentual do juro parece dominar qualquer outra estratégia.”
Nesta entrevista, que faz parte da cobertura especial do Brazil Journal na Expert, Azevedo disse ainda que a credibilidade do BC é uma “questão acessória” na definição sobre juros. “Credibilidade é estabelecida ao longo do tempo quando o BC toma uma sequência de decisões respeitando a coisa certa a fazer. Não é construída por causa de uma ou outra decisão.”
