A Prada está perto de comprar a Versace por cerca de € 1,5 bilhão, disse a Bloomberg.
O negócio ainda não está fechado, mas fontes a par da operação disseram que o processo de due diligence inicial não encontrou maiores riscos, e que as empresas esperam chegar a um acordo ainda em março.
A ação da Capri Holdings Limited, a dona da Versace, subiu 4% ontem em Nova York, quando a notícia foi divulgada, e os papéis da Prada subiram 3,7% em Hong Kong.
A Prada — que tem escapado da crise do varejo de luxo graças ao sucesso de sua marca Miu Miu entre jovens — teve acesso aos números da Versace e vem analisando a empresa há semanas, segundo a Bloomberg.
A Versace faturou US$ 193 milhões no último trimestre fiscal, uma queda de 15% na comparação anual, enquanto seu prejuízo operacional aumentou de US$ 14 milhões para US$ 21 milhões.
O UBS não enxerga grandes riscos de canibalização no M&A, já que a estética minimalista da Prada e a “maximalista” da Versace são “polos opostos”.
O banco disse que a aquisição colocaria a Prada em posição para competir melhor com a LVMH e a Kering, ainda que seu valor de mercado seja bem menor.
A companhia italiana vale apenas € 21,5 bilhões, enquanto a LVMH, dona de marcas como Louis Vuitton, Christian Dior e Fendi, vale € 347,5 bilhões.
Já a Capri, que comprou a Versace em 2018 por cerca de € 1,8 bilhão, está em meio a uma reestruturação.
Dona de marcas como Michael Kors e Jimmy Choo, a empresa contratou o Barclays para rever seu portfólio.
A Tapestry, dona da Coach New York e da Kate Spade, fez uma oferta de US$ 8,5 bilhões pela Capri em 2023, mas a aquisição foi bloqueada pela Justiça no ano seguinte.
No mês passado, a S&P rebaixou o rating da Capri para junk.