As OPAs começaram no mercado de ações destruído — mas a primeira delas parece muito tímida.

O Mubadala – o fundo soberano dos Emirados Árabes – acaba de lançar uma oferta pública para comprar 45,15% do capital do Burger King Brasil ao preço de R$ 7,55 por ação.

O preço é um prêmio de 21,6% sobre o preço de tela e de 31,1% sobre a média ponderada dos últimos 30 pregões, e de 17,8% em comparação a média ponderada dos últimos 90 pregões. 

“Cadê os petrodólares de verdade?” perguntou um gestor comprado no papel. “Difícil ser bem sucedido numa OPA voluntária com esse prêmio num papel que está nas mínimas históricas e muito perto da recuperação cíclica.”

A companhia fechou sexta-feira valendo R$ 1,68 bilhão na Bolsa, com o papel a R$ 6,22.  Durante a pandemia, em dezembro de 2020, o aumento de capital foi de R$ 10,80.  Quando a Vinci propôs a fusão do BKB com a Domino’s, o valuation implícito de BKB era de R$ 11,12 por ação. 

O Mubadala já tem 5% do capital da companhia, e, se a oferta for bem sucedida, passaria a controlar o BKB com 50,1%.

O BKB disse que seu conselho está avaliando os termos da proposta e emitirá um parecer prévio em até 15 dias.

Os maiores acionistas do BKB são a Atmos Capital, com 10%; a RBI com 10%; Morgan Stanley com 9,35%, e a Vinci Partners, com 6,4%.

JP Morgan está assessorando o Mubadala, que está trabalhando com o Trindade Advogados.