A Eletromidia fechou um acordo com a Vinci Airports para operar os ativos de mídia out of home do aeroporto de Salvador – a primeira transação da empresa depois do Grupo Globo assumir o controle do negócio.
A concessão — de cinco anos — vai aumentar em mais de 20% a receita de aeroportos de Eletromidia, que hoje responde por cerca de 8% do top line.
A Eletromidia assumiu a operação depois de ter sido procurada pela Vinci, que estava insatisfeita com o antigo operador, a AMM, que passa por dificuldades financeiras.
Para assumir a operação, a Eletromidia pagou uma outorga não divulgada, além de assumir um capex para digitalizar e modernizar os aparelhos.
O CEO da Eletromidia, Alexandre Guerrero, disse que o valor da outorga foi pequeno para o tamanho da empresa, e que o capex será de menos de R$ 10 milhões.
“Essa concessão fortalece nossa presença em Salvador, onde já temos a concessão do mobiliário urbano, e faz com que a gente passe a atingir 99% da população local,” disse o CEO.
Segundo ele, há sinergias claras entre as duas operações, já que é possível fazer a venda casada da publicidade, com pacotes juntando o mobiliário urbano e o aeroporto. “Acreditamos muito na venda específica do aeroporto, mas também podemos olhar para essa venda de jornada. Isso dá uma força a mais,” disse ele.
A movimentação sugere uma mudança na estratégia da Eletromidia, que participou timidamente nos leilões de alguns aeroportos.
Hoje essa vertical responde por apenas 8% da receita da companhia, que opera a mídia out of home dos aeroportos de Porto Alegre, Santos Dumont, Galeão e Fortaleza. Em Congonhas, ela é uma das três empresas que dividem a operação do aeroporto, junto com a NEOOH e a Kallas.
A mudança em Salvador acontece num momento em que o mercado de OOH aguarda ‘a mãe de todos os leilões’ de aeroportos: a disputa por Congonhas, cuja operação a concessionária AENA vai leiloar em meados deste ano.
Guerrero disse que a Eletromidia tem interesse em participar da disputa desde que a concessão “venha com condições técnicas e de governança que permitam que uma empresa como a nossa participe.”
“Sempre estamos atentos às oportunidades em aeroportos, mas as condições comerciais têm que ser adequadas, preservando uma boa margem. Precisa ser algo equilibrado para os dois lados.”
A NEOOH, que já opera parte significativa de Congonhas, recentemente atraiu o UOL como sócio minoritário. Em julho, a empresa de Luis Frias comprou 29% da NEOOH do fundador Leonardo Chebly.