O Itaú BBA rebaixou a sua recomendação para a Klabin de ‘neutro’ para ‘venda’, dizendo esperar um ano de 2024 mais difícil para a fabricante de papel.
O banco também reduziu o preço-alvo da ação de R$ 24 para R$ 22, o que implica um downside de 3% em relação ao preço de fechamento da quinta-feira.
A ação da Klabin cai 4,5% na manhã de hoje.
Segundo o analista Daniel Sasson, apesar das perspectivas do mercado de celulose terem melhorado para 2024, os resultados da Klabin devem piorar na comparação anual.
O ponto de partida do preço da celulose está em torno de US$ 650 por tonelada, mas a inflação de custos deve continuar persistente para a Klabin, o que deve elevar o custo de produção marginal para US$ 550 por tonelada.
Por isso, o Itaú refez as contas e agora enxerga um EBITDA de R$ 6,5 bilhões no ano que vem – uma redução de 6% em relação à estimativa anterior do banco.
Nas contas do Itaú, a Klabin negocia a 7,8x o EBITDA estimado para o ano que vem e a um free cash flow yield de 2% de 2024 a 2026.
Outro ponto que preocupa o Itaú e o resto do sellside são as mudanças no capex anunciadas pela Klabin ontem em seu Investor Day.
A Klabin anunciou uma postergação de R$ 900 milhões de capex de 2024 para 2025. Agora, a empresa pretende investir R$ 4,5 bilhões no ano que vem. Isso foi possível, disse o CFO, porque a empresa conseguiu postergar pagamentos.
Por outro lado, os recursos destinados à compra de madeira em pé saltaram de R$ 400 milhões este ano para R$ 1 bilhão em 2024 – e a empresa confirmou que este capex se estabilizará neste patamar mais alto até 2028, algo bem acima das projeções.
A ação da Klabin sobe 9% nos últimos 12 meses. A empresa vale R$ 24,4 bilhões na B3.