Desde que os preços do petróleo começaram a implodir, em dezembro, a HRT decidiu simplesmente estocar o produto até que o preço do barril reaja.

A companhia extrai petróleo no Campo de Polvo, no litoral fluminense. A produção de Polvo é de cerca de 10.000 barris por dia, e o navio FPSO da empresa tem capacidade para estocar até 1 milhão de barris.

A HRT tem como esperar o mercado virar porque tinha cerca de 400 milhões de reais em caixa no final do terceiro trimestre.

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Na opinião do Príncipe Al-Waleed bin Talal, o mercado pode não virar tão cedo, e mundo não verá o barril a 100 dólares nunca mais.Al-Walled bin Talal

Numa entrevista ao USA Today publicada ontem, Al-Waleed, que tem uma fortuna estimada em 30 bilhões de dólares e é tido como o árabe mais influente do planeta, disse o seguinte quando perguntado se o petróleo continuará a cair.

“Se a oferta continuar onde está e a demanda continuar fraca, você pode saber que vai cair mais. Mas se parte da oferta for retirada do mercado e se houver algum crescimento na demanda, os preços podem subir. Mas tenho certeza de que nunca veremos 100 dólares de novo. Eu disse há um ano que o preço do petróleo acima de 100 dólares é artificial. Não é correto.”

Al-Waleed, que é sobrinho do rei Abdullah e neto de Ibn Saud, o primeiro rei saudita, é também um dos homens mais ricos do mundo. Sua companhia de investimentos, a Kingdom Holding Company, é o maior acionista individual do Citigroup, o maior acionista da News Corp. depois de Rupert Murdoch, e, junto com Bill Gates, controla a rede de hotéis Four Seasons.

O príncipe também disse que a decisão da Arábia Saudita de não cortar sua produção quando os preços começaram a cair foi “prudente, esperta e inteligente.”

“Se a Arábia Saudita tivesse cortado sua produção em 1 ou 2 milhões de barris, estes barris teriam sido produzidos por terceiros, o que deixaria a Arábia Saudita com dois pontos negativos: menos petróleo produzido e preços mais baixos. Então, pelo menos a gente tomou porrada na cara de um ângulo, que é a queda do preço, mas sem redução na produção.”

“Apesar de eu discordar totalmente do governo saudita, do ministro do petróleo e do ministro das finanças na maioria das coisas, neste caso particular eu concordo com [a decisão] do governo saudita de manter a produção onde está.”