Maurício Quadrado, um ex-sócio do Banco Master, acaba de comprar o Digimais, um banco controlado pela holding do bispo Edir Macedo, que também é dona da Record.
O plano é incorporar o Digimais ao BlueBank, a instituição que Quadrado criou ao sair do Master em setembro e vender sua fatia de 30% no banco.
Quadrado planeja colocar R$ 800 milhões de capital próprio no BlueBank. Com isso e a compra do Digimais, que tem um patrimônio líquido de cerca de R$ 700 milhões, o PL do BlueBank chegará a R$ 2 bilhões.
Dado o perfil de Quadrado – que fez sua vida em investment banking (no Bradesco, na Planner e no Master) – e dado o perfil dos negócios que ele levou ao deixar o Master, muita gente na Faria Lima esperava que o BlueBank atuaria apenas como banco de atacado.
Mas o Digimais atua no varejo. É o antigo banco Renner, que passou a ser controlado pela holding do bispo Macedo em 2020 e mudou de nome.
Com R$ 9 bilhões em ativos, o Digimais atua em financiamento de veículos (principalmente usados) e crédito consignado.
Depois de enfrentar problemas durante e após a pandemia – quando o financiamento de veículos encolheu, a inadimplência disparou e o banco deu prejuízo – o Digimais se reorganizou, voltou ao azul e foi colocado à venda.
Com a aquisição, o modelo na cabeça de Quadrado é o mesmo do BTG, que atua principalmente como banco de atacado e também opera no varejo, via o próprio BTG e o Banco Pan.
No acordo fechado com o Master, o empresário levou para o BlueBank os negócios de custódia, gestão e administração de recursos, que somam R$ 100 bilhões (metade disso em gestão).
Ficou também com o Letsbank, um banco digital voltado para PMEs que era uma subsidiária do Voiter (antigo Indusval), comprado pelo Master no ano passado.
Quadrado pretende encerrar a operação digital e usar o Letsbank como um banco de negócios, atuando em M&A, DCM, trade finance, special situations e corretagem, uma fonte próxima a Quadrado disse ao Brazil Journal.
Segundo esta fonte, o empresário também pretende lançar uma plataforma de investimentos para pessoas físicas no primeiro semestre.
As incorporações do Digimais e do Letsbank ainda dependem de aprovação do Banco Central.
