Um grupo de entidades que inclui a B3, o IBGC e o IFC vai publicar amanhã uma carta conclamando o mercado a se engajar para aumentar a diversidade nos conselhos de administração. 

A carta é uma iniciativa do Programa Diversidade em Conselho, que tenta aumentar a visibilidade de mulheres aptas a atuar em conselhos e promover seu networking. Desde que foi criado em 2014, o programa organiza uma mentoria pela qual já passaram 140 empresárias e executivas C-level. 

O apelo por mais diversidade coincide com a temporada de renovação dos boards das companhias abertas – em geral, nos meses de março e abril.

“Neste período em que os profissionais começam a ser selecionados para conselhos, pedimos que considerem promover mais diversidade (de gênero, cor, etnia, orientação sexual, formação, idade, região, etc.) para os boards em que atuam, assim como gostaríamos que provocassem essa reflexão nos ambientes de governança pelos quais circulam,” diz a carta, que é assinada pelo CEO da B3, Gilson Finkelsztain; Pedro Melo, diretor-geral do IBGC; Carlos Leiria Pinto, country manager da IFC; Fernando Carneiro, sócio da Spencer Stuart; e Marienne Coutinho, co-chair da WCD no Brasil e sócia da KPMG.

 
A iniciativa conta com o apoio de participantes do mercado como a AMEC, Anbima, ABVCap, KPMG e instituições financeiras com significativo poder de voto, como JP Morgan, Morgan Stanley e BTG Pactual.

A baixa diversidade de gênero é uma das que chama atenção, para não falar da questão racial. Apesar de representar quase metade da população, as mulheres ocupam apenas 11,5% dos assentos de conselhos nas companhias abertas, segundo o Board Index 2020, um levantamento anual da Spencer Stuart. 

Tipicamente, conselheiros são eleitos após ter sido indicados por outros conselheiros – majoritariamente homens – e o ciclo se retroalimenta.

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