Masayoshi Son, o CEO do SoftBank, anunciou hoje ao lado de Donald Trump que vai investir US$ 100 bilhões nos EUA nos próximos quatro anos.

Os recursos serão aplicados majoritariamente em negócios de inteligência artificial e vão criar pelo menos 100 mil empregos na economia americana, disse o investidor.

“Meu nível de confiança na economia dos EUA aumentou tremendamente com a vitória dele,” disse Son, após reunião com Trump na casa do presidente eleito em Mar-a-Lago, na Flórida.

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“O Presidente Trump é um presidente que dobra as suas apostas,” afirmou Son. “Também preciso dobrar as minhas.”

Há oito anos, quando Trump foi eleito pela primeira vez, Son declarou que iria investir US$ 50 bilhões nos EUA, um valor que, segundo ele, poderia gerar 50 mil vagas de trabalho.

Trump afirmou que o anúncio é “uma demonstração monumental de confiança no futuro dos EUA, e vai contribuir para que a inteligência artificial, tecnologias emergentes e outras indústrias do futuro sejam desenvolvidas e cresçam nos EUA.”

Os US$ 100 bilhões, se de fato desembolsados, representam um volume de investimentos semelhantes ao capex da Petrobras para os próximos cinco anos, recentemente elevado para US$ 111 bilhões.

Segundo a Bloomberg, o SoftBank planeja aplicar em negócios de toda a cadeia ligados à inteligência artificial, incluindo semicondutores, data centers e usinas de energia.

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Durante o encontro com a imprensa, Trump perguntou a Son se ele “faria US$ 200 bilhões,” e o fundador do SoftBank respondeu, “vou tentar.”

Alright, 200,” devolveu Trump.

Son sorriu e afirmou: “Ele é um grande negociador.”

O Wall Street Journal observou que Son não explicou como o SoftBank vai financiar a promessa. A firma, focada em investimentos em tecnologia, tem hoje menos de US$ 30 bi no caixa.

Em 2016, quando Son apresentou seu plano de alocar US$ 50 bi nos EUA, o SoftBank havia acabado de levantar os US$ 100 bi do Vision Fund – o fundo de venture capital cujos maiores apoiadores vieram das nações ricas em petróleo do Oriente Médio.

Muitas das apostas feitas pelo fundo acabaram em fracasso, e o financista japonês enfrenta agora resistências para encontrar financiadores para um novo Vision Fund.

Dois de seus principais investimentos foram no Uber, que ainda mal dá dinheiro, e no WeWork, que entrou com pedido de proteção contra falência.

O WSJ lembrou também que grandes anúncios do tipo feito hoje nem sempre se materializam.

Em 2018, no Governo Trump, a Foxconn apresentou planos de investir US$ 10 bi em uma fábrica de telas de LCD em Wisconsin, criando até 13.000 empregos. O projeto, entretanto, foi bastante reduzido meses depois.