O professor e contador Eliseu Martins divulgou uma nota hoje em que nega as acusações feitas pelo Itaú Unibanco.

Mais cedo, o banco disse que uma investigação interna mostrou que Martins produziu pareceres com o objetivo de gerar vantagens financeiras para Alexsandro Broedel, ex-CFO do banco.

“Há vários materiais suporte das consultorias que foram feitos sem formalidade, algo de que me arrependo agora, dada a má-fé da interpretação dada pelo banco,” afirma Martins na nota.

O professor diz também que ele e Broedel “sempre” fizeram pareceres para terceiros.

Abaixo, a íntegra da nota:

Protesto, de forma veemente, contra as declarações e decisões do Itaú.

Tenho uma vida profissional e acadêmica com conduta que pode ser verificada com centenas ou milhares de pessoas, muitas delas já havendo me declarado apoio e oferecido a chance de testemunho. 

Somente com o Itaú tenho uma vida de prestação de serviços há quase cinco décadas, passando por gerações de gestores.

Alexsandro Broedel Lopes foi aluno na pós-graduação da FEA/USP, transformando-se em professor, portanto colega meu há muitos anos; e sempre tivemos ligações acadêmicas e profissionais.

Os trabalhos prestados ao Itaú durante sua gestão foram de pareceres técnicos e consultoria. Há vários materiais suporte das consultorias que foram feitos sem formalidade, algo de que me arrependo agora, dada a má-fé da interpretação dada pelo banco. 

Trabalho com aproximadamente seis outros colegas e temos inclusive a condição de só opinarmos verbalmente ou via parecer; assim, há opiniões que não geram parecer e não aparecem em qualquer documento. Mas são serviços efetivamente prestados, como todos os que fiz ao Itaú.

Sempre fizemos pareceres para terceiros, às vezes assinando em conjunto e às vezes com ele sempre ajudando tecnicamente, como com outros colegas, com o faturamento por uma única empresa.

Houve pagamentos antecipados de pareceres pelo banco, tanto que formalmente declarei a necessidade de devolução dos valores relativos aos quatro ainda não emitidos, dado que não irei mais prestar qualquer tipo de serviço ao Itaú.

Talvez influenciados pela perda de tão brilhante profissional, estão, no banco, interpretando de forma totalmente incorreta o que de fato ocorreu.

E, além de me envolverem para atingi-lo, cometem ainda o absurdo de envolverem meus filhos, que nada têm a ver com os fatos que o banco relata e mal interpreta.

Não há ainda os citados eventuais processos, mas vou obviamente aclarar e provar o que digo. Reafirmo, não entendo e não aceito o que o banco está fazendo: atingir meu nome e, de forma ignóbil, o da minha família.

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