Valuations obscenos não são mais exclusividade das empresas de tech.

Desde que o WallStreetBets começou a fazer preço no mercado, a ação da rede de cinema AMC explodiu — e talvez este verbo nem seja suficiente para descrever o que aconteceu.

A AMC já multiplicou por 30 desde o início do ano, e a companhia vale hoje US$ 28 bilhões.  

Isso é mais do que 260 empresas do S&P 500 somadas. 

Só hoje, a AMC subiu 95% e foi a ação mais negociada dos EUA — com um volume 3x maior que o da Tesla. 

No Brasil, seria a mesma coisa que a fabricante de cadeados Haga, que hoje vale singelos R$ 40 milhões na B3, negociar mais que a Petrobras e a Vale. 

No início do ano, o papel da AMC foi de US$ 2 para US$ 20, e depois cedeu antes de engatar uma nova alta.  Na nova ‘puxada‘, os investidores fizeram a ação negociar hoje a uma máxima de US$ 72, antes de fechar a US$ 62.  

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A explosão da AMC segue o mesmo script da GameStop, a varejista de videogames que foi da beira da falência ao ‘papel do ano’. 

Obviamente, essa força demonstrada pelos investidores de varejo terá implicações para a atividade de ‘short selling’ — que apesar de odiada por muitos, contribui para manter a disciplina de empresas e seus gestores.

Todo mundo acha que o que está acontecendo nos EUA é loucura — mas contra o fluxo não há argumentos.