Depois do preço do diesel e do frete, é a vez da eletricidade.  (Ainda vai sobrar pra todo mundo.)
 
No Paraná, o deputado estadual Ratinho Júnior (PSD), pré-candidato ao Governo, protocolou ontem um requerimento para tentar barrar o aumento médio de 15,99% na tarifa da Copel que passou valer a partir de domingo em todo o Estado.
 
O deputado pede a suspensão do aumento — solicitado pela Copel e autorizado pela ANEEL — “a fim de [que] se realize[m] melhores estudos sobre o impacto de eventuais aumentos sobre a sociedade e a economia paranaense.”
 
“Já se tem uma previsão de que o aumento da Conta da Luz para 2018 pode chegar até 44%. Os impactos de tais aumentos sobre a energia elétrica consumida pela indústria, agricultura, serviços e pela população serão enormes, fazendo crescer a inflação e traduzindo em aumento de preços de produtos e diminuindo a qualidade de vida da população”, diz o requerimento.
 
Há, na lógica econômica do deputado, ecos de Dilma Rousseff:
 
“As grandes hidrelétricas nacionais, que produzem e colocam no mercado a energia elétrica, são extraordinariamente superavitárias. É preciso reavaliar sua posição no mercado e integração no esforço nacional de desenvolvimento,” afirma o texto.
 
Obviamente, os acionistas da Copel são chamados a dividir o sacrifício:  
 
“É sabido que os acionistas querem mais e mais lucro. …  É sabido que a distribuição de dividendos para acionistas da Copel atingiu até o ano 2017 a alta cifra de R$3 bilhões. Crê-se necessário distribuir melhor o ônus do valor da tarifa, não colocando apenas nos ombros do paranaense todo o peso, mas criando escalas, gerenciando melhor a produção e distribuição, e buscando melhores condições no valor do custo da produção da energia.”
 
Reagindo ao requerimento do deputado, o Palácio Iguaçu disse em nota: “Vale lembrar que o aumento é uma determinação da Aneel e estamos pagando uma conta da má gestão da Dilma. A assembleia legislativa não tem competência legal para isso”. 
 
O Paraná se transformou num laboratório do populismo brasileiro.  No ano passado, o Governo Beto Richa usou a Copel como caixa eletrônico, aumentando a distribuição de dividendos para fechar as contas, e diferiu, ao longo de oito anos, um aumento impopular na tarifa de água.  Pelo jeito, se Ratinho Jr, for eleito, pouca coisa muda.
 
No plano federal, o Paraná tem o Senador Alvaro Dias, que semana passada fez populismo com o Banco Central, afirmou que havia espaço para redução progressiva da Selic até 4%. (Estaria Alvaro tentando ser mais populista que o outro senador do Estado?)
 
Enquanto isso, o candidato que lidera as pesquisas de intenção de voto apoiou a ‘greve’ dos caminhoneiros e sua lógica econômica obtusa, que força toda a sociedade a bancar o prejuizo deles.
 
E o Congresso, para não destoar da paisagem, sequer deixa a Eletrobras vender distribuidoras que dão prejuízo todos os meses.
 
Boa sorte, Brasil.
 
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