O Bradesco BBI publicou um relatório analisando a possibilidade do Nubank fechar uma parceria com uma rede varejista no México, um país onde os clientes ainda usam muito o dinheiro em espécie.

No relatório, os analistas Gustavo Schroden (que cobre bancos), Felipe Cassimiro (que cobre varejo), Leandro Fontanesi (alimentos e bebidas), e Rodolfo Ramos (o estrategista de México), dizem que o Nubank terá que adotar uma estratégia diferente no México em comparação ao Brasil, pelo menos no curto prazo. 

“Como acreditamos que é improvável que o banco abra agências físicas, nos perguntamos o que aconteceria se o Nubank fizesse alguma parceria com empresas que já têm uma presença física relevante no país e podem oferecer soluções financeiras,” escreveu o time.

Para os analistas, os parceiros mais prováveis são a Walmex e o Oxxo, dado seu tamanho, presença geográfica, e o fato dos dois varejistas já oferecerem soluções financeiras a seus clientes. 

“Vemos uma potencial parceria no México como positiva do lado estratégico para o Nubank, ainda que os termos econômicos e as condições sejam um fator-chave,” escreveram os analistas. 

A tese do Bradesco é relevante porque, depois de se consolidar no Brasil, o México é a próxima fronteira de crescimento do Nubank. O banco de David Vélez tem apenas 1% do mercado mexicano, onde a penetração do cartão de crédito é de apenas 12% da população, em comparação a 49% no Brasil. 

“Uma parceria como essa poderia ajudar nessa evolução, bem como no crescimento do número de clientes e das ofertas de serviços.”

No relatório, o Bradesco também reduziu em 13% suas estimativas para o lucro líquido do Nubank este ano por conta de um custo de funding maior no México e de maiores despesas operacionais na holding, por conta do investimento no México. 

Agora, o Bradesco estima um lucro de US$ 1,86 bilhão para o Nubank, um crescimento de 59,1% ano contra ano, com um ROE de 22,7%. 

O Bradesco elevou ligeiramente seu preço-alvo para a ação, de US$ 10,20 para US$ 11, e manteve sua recomendação ‘neutra’ para o papel. 

O papel negocia hoje a US$ 11,47.