eletrobras

Depois Brasilia não entende por que o Brasil saiu da moda entre os investidores internacionais.

Os minoritários da Eletrobras, que acusam a União de “abuso de poder de controle” na empresa, estão prestes a ter uma má notícia: o Governo continua achando que o assunto é uma grande piada.

Em jogo: quem será responsabilizado pela decisão da Eletrobras de aderir à prorrogação antecipada de concessões de geração em dezembro de 2012, uma decisão que, segundo cáculos de conselheiros independentes da empresa, custou à Eletrobras R$19 bilhões em receitas e ajudou no prejuízo de R$6,3 bilhões que a estatal teve em 2013, conforme revelou o Valor na sexta passada.

Em sua proposta de termo de compromisso com a CVM — uma solução negociada que colocaria fim ao processo — o Governo não ofereceu pagar multa, muito menos voltar atrás, e nem mesmo reformar a governança da Eletrobras. A oferta da União, segundo pessoas familiarizadas com o assunto, praticamente se resume a algo singelo: organizar um seminário de governança corporativa.

Agora o mais chocante: De acordo com as mesmas fontes, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) estaria inclinada a aceitar o termo de compromisso.

Se a CVM aceitar o termo proposto, “isso seria uma verdadeira humilhação do regulador perantes os interesses do Governo,” disse Mauro Cunha, presidente da AMEC (Associação de Investidores no Mercado de Capitais). “Agora é a hora da verdade.”

“Um termo de compromisso num assunto que gerou um prejuízo de R$19 bilhões não tem nenhum sentido de existir”, disse Cunha.