Depois de comprar a operadora de planos de saúde Aetna no ano passado, a rede de farmácias CVS está transformando suas lojas em hubs de saúde — incluindo centros médicos, serviços farmacêuticos e até um ‘concierge’ que guia os consumidores em meio ao leque de ofertas.


A rede pilotou o modelo em algumas lojas em Houston, Texas, e está fazendo o rollout para toda a operação. Neste ano, 50 lojas serão adaptadas ao formato, e a meta é converter 1,5 mil drogarias até 2021. (A CVS tem 10 mil lojas.)

O anúncio foi feito esta semana durante o investor day da empresa.

Quando comprou a Aetna, o CEO Larry Merlo disse que o objetivo da CVS era transformar toda a indústria de saúde, saindo do modelo atual organizado em torno da conveniência dos médicos, hospitais e provedores para um modelo centrado no consumidor.

 

Parte dessa transformação passa por esse novo papel das farmácias.

Hoje, a CVS já opera uma rede de clínicas, a MinuteClinic, com mais de mil unidades dentro de suas lojas. Mas com os ‘hubs de saúde’ a ideia é ir além, oferecendo uma gama ainda mais ampla de serviços e produtos.

Nos health hubs, mais de 20% do espaço da loja é dedicado à parte de healthcare, que inclui desde centros de bem-estar — com aulas grátis de yoga — até uma área para o acompanhamento de doenças crônicas como diabetes. Há ainda serviços como medição de pressão e aconselhamento com nutricionistas.  

As lojas oferecem um ‘mix’ diferenciado de produtos, com cadeiras de rodas, andadores, máquinas de CPAP (usadas por pacientes com apneia do sono), equipamentos de yoga e snacks apropriados para diabéticos.   

Nos primeiros testes, os resultados foram promissores: as lojas-piloto de Houston tiveram um aumento no fluxo de clientes, nas vendas de medicamentos e nas visitas às clínicas do MinuteClinic, um executivo da CVS disse à Reuters.

A aposta é que a comodidade seja o grande chamariz. Para consultas e tratamentos simples, a CVS acredita que muitos consumidores vão preferir ir às clínicas da rede, próximas de suas casas, do que se deslocar até os consultórios médicos. (Segundo a empresa, 85% dos americanos moram a 4 milhas de distância de alguma farmácia CVS).

A estratégia é também uma resposta à perda de relevância do varejo físico, num momento em que o ecommerce ganha share no setor. No ano passado, a Amazon comprou a PillPack, uma startup que entrega medicamentos com prescrição, e desde então vem dando tração ao negócio.

Para a recém-adquirida operação de planos de saúde, os benefícios são evidentes: as clínicas podem ajudar a manter alguns pacientes da Aetna fora dos hospitais, evitando os altos custos do sistema.

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