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Schwartsman: “Freio do BC começa a atuar”

9 de mar, 2023

O aumento de juros está começando a segurar a demanda e os preços, mas isso não quer dizer que o movimento de aperto monetário já tenha cumprido seu papel nem que a Selic possa começar a baixar. A análise é do economista Alexandre Schwartsman, ex-diretor do Banco Central. O início do alívio monetário, estima ele, deverá começar em algum momento do segundo semestre.

O economista lembra que o BC está mirando a meta de inflação de 2024, que é de 3%, mas as expectativas de mercado estão ao redor de 4%. Para Schwartsman, a elevação dos gastos públicos contratada para este ano dificulta o trabalho do BC. O economista observa que haverá uma virada muito rápida no resultado das contas públicas, saindo de superávit primário de 0,5% em 2022 para um déficit ao redor de 1,5% neste ano. “Estamos falando de um impulso fiscal de 2% do PIB. É o maior que já tivemos, com exceção de 2020, o ano da pandemia.”

Segundo o economista, a reversão da piora nas expectativas de inflação exigirá que a atividade econômica se mantenha por algum tempo abaixo de seu já modesto crescimento potencial: “Não há escapatória”. Ele diz ainda não ver evidências, até o momento, de uma crise de crédito e que isso não pode balizar o movimento dos juros. “Não dá para tomar medidas sem haver evidências a respeito.”

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