A PetroRecôncavo acaba de comprar os ativos no Brasil da Maha Energy, uma petroleira listada na Bolsa de Estocolmo que tem a Starboard como acionista de referência.
A Petrorecôncavo está pagando US$ 174 milhões (R$ 922 milhões ao câmbio de hoje) pelo Campo de Tiê, na Bahia, e pelo Campo de Tartaruga, em Sergipe.
Os dois ativos respondem por mais de 90% da receita da Maha, que também tem operações no Omã, Oriente Médio e Estados Unidos.
Há duas semanas, a Maha também anunciou que deve comprar 15% da 3R Offshore, uma subsidiária da 3R que reúne os Campos de Papa-Terra e Peroá (ambos no mar). A participação pertence à DBO, uma holding de empresários noruegueses.
Estes dois campos respondem hoje por 40% da produção e por 20% das reservas totais da 3R, que faturou R$ 502 milhões no terceiro tri.
Para a PetroRecôncavo, a compra dos ativos da Maha no Brasil traz sinergias geográficas relevantes, já que ela tem uma operação grande no Nordeste, especialmente depois que a empresa comprar o Polo Bahia-Terra, que está em negociação com a Petrobras.
Essa sinergia vai permitir à PetroRecôncavo otimizar o uso dos recursos e reduzir seus custos operacionais.
Já para a Maha, a transação posiciona a empresa para dar início a uma estratégia agressiva de M&As. Após a venda, a companhia terá quase R$ 1 bilhão em caixa, além da participação de 15% na 3R Offshore e de seus ativos no Oman e nos Estados Unidos.
A ideia do CEO Paulo Mendonça – o ex-chairman da 3R que assumiu o comando da Maha em novembro – é comprar participações em ativos de empresas de petróleo que estejam precisando de funding, disse uma fonte próxima a empresa.
“Eles querem fazer transações oportunísticas. Tem muita empresa precisando de dinheiro para conseguir fazer o capex necessário para os projetos.”
A Maha, que vale cerca de R$ 600 milhões na Bolsa de Estocolmo, também avalia abrir o capital no Brasil. Isso, no entanto, só deve acontecer mais à frente, e provavelmente num processo de dual listing.
A Starboard tem cerca de 20% do capital da Maha. Outro grande acionista é o BTG Pactual, que tem cerca de 5% da empresa e emprestou outros US$ 50 milhões para a Maha.