Na VEJA São Paulo deste fim de semana, o fundador e controlador da Time 4 Fun, Fernando Alterio, diz que a mudança na Lei Rouanet – que limitou o teto de arrecadação a R$ 1 milhão – inviabiliza as produções de grandes musicais no Brasil.

Alterio, uma das maiores autoridades da indústria de entretenimento do País, disse à revista que “mirando em artistas de esquerda, o governo acertou em uma indústria que estava se desenvolvendo bem.”

Por exemplo: “O Fantasma da Ópera”, que fica em cartaz até dezembro, custou cerca de R$ 62 milhões, dos quais R$ 24 milhões foram captados via incentivo. A Time 4 Fun já suspendeu as negociações para a obra no ano que vem. 

Um estudo encomendado à Fundação Getúlio Vargas mostra que o mercado de teatro musical movimentou R$ 1 bilhão em São Paulo em 2018, ajudando hoteis e restaurantes. 

Foi Altério quem deu o pontapé inicial para que o gênero de musicais ganhasse tração em São Paulo quando, em 2001, trouxe Les Misérables direto da Broadway.

A operação de musicais representa uma parcela relativamente pequena do faturamento da Time 4 Fun, que fatura muito mais com os grandes eventos de música ao vivo, como o Lollapalooza. 

Na sexta-feira, a Time 4 Fun anunciou a mudança nos naming rights do Credicard Hall. A principal casa de espetáculos do grupo passa a se chamar Unimed Hall pelos próximos cinco anos, por uma quantia estimada em R$ 25 milhões, de acordo com a VEJA São Paulo. 

Anos de recessão dizimaram o setor de entretenimento.  A Globo fechou a GEO e o Grupo ABC saiu do negócio, deixando a Time 4 Fun como o ‘last man standing’ na organização de grandes shows — à exceção do Rock in Rio, que pertence à Live Nation.
 
A empresa sofre ainda com o câmbio desvalorizado, o que encarece as turnês de artistas internacionais no Brasil.
 
A Time 4 Fun vale R$ 360 milhões na B3.