A Manabi, mineradora em estágio pré-operacional no Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais, acaba de assinar um contrato transformacional com a Vale.Manabi

Pelo acordo, a Manabi vai construir uma extensão de 80 quilômetros na Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM), que pertence à Vale, até o Porto da Manabi no Espírito Santo.

Além disso, a Manabi vai fazer investimentos na EFVM para acabar com seus gargalos e aumentar sua capacidade de transporte.

Pelo acordo, que se parece com o que a Rumo Logística assinou com a ALL, a Manabi vai “doar” as melhorias na ferrovia em troca de um desconto nos serviços de transporte de minério de ferro.

O acordo deve aumentar significativamente as chances da Manabi de encontrar investidores em meio a um mercado cético em relação a commodities, num momento em que o minério de ferro negocia abaixo de 100 dólares/tonelada, o nível mais baixo dos últimos anos.

A Manabi vai tentar captar junto a investidores cerca de 4,5 bilhões de dólares — entre equity e dívida — para investir em suas minas, no porto e para bancar as obras na ferrovia da Vale. A mineradora tem dito a investidores que seu primeiro carregamento de minério deve acontecer em 2018.

Com o acordo assinado com a Vale, a Manabi agora pode atrair investidores separadamente para sua mina e para seu porto, que acaba de ser valorizado pelo acordo.

O contrato com a Vale também pode levar a Manabi a engavetar os planos de construir um mineroduto da mina até o porto — como a Anglo American teve que construir na operação que comprou de Eike Batista.

O contrato com a Vale é de 20 anos e deve fazer com que a Manabi pague centenas de milhões de dólares por ano à Vale pelo uso de sua ferrovia, viabilizando a exportação de bilhões de dólares por ano em minério.

A Manabi espera que a EFVM transporte 25 milhões de toneladas de minério por ano para seu Porto Norte, no município de Linhares (ES).