A Kinea Investimentos — a gestora de private equity controlada pelo Itaú Unibanco — está levantando seu quinto e maior fundo, fontes a par do assunto disseram ao Brazil Journal.
O objetivo é captar R$ 2 bilhões — boa parte no Private do Itaú e no varejo de alta renda do Personnalité, onde o fundo estará disponível para investimento a partir de R$ 25 mil.
As conversas com investidores estão começando hoje, e a gestora também pretende distribuir o produto em outras plataformas de varejo.
O fundo V deve seguir a mesma estratégia do fundo anterior.
Historicamente, a tese de investimentos da Kinea tem sido investimentos minoritários em empresas líderes nacionais ou regionais, com cheques que vão de R$ 100 milhões a R$ 300 milhões. Além da saída via Bolsa, os líderes nacionais podem ser vendidos para multinacionais, e as empresas regionais, para os líderes nacionais.
O foco do fundo V será em companhias de saúde, educação e tecnologia, bem como oportunidades específicas em serviços.
O novo fundo já nasce com um investimento-vitrine que deve ajudar a atrair capital: dos R$ 300 milhões aportados mês passado na Cobasi pela Kinea, R$ 100 milhões vieram do fundo V.
O fundo anterior da Kinea — que levantou R$ 1,5 bilhão em 2018 — já está 75% alocado, e o capital investido está marcado a 1,7 vez. Em outras palavras: o R$ 1,25 bilhão aportado hoje vale R$ 1,9 bi.
Até agora, a Kinea havia levantado um total de R$ 2,9 bilhões e investiu em empresas como o Grupo Multi, dono da Wizard, vendido para a Pearson; a Unidas, que recebeu um investimento da Enterprise e depois se fundiu com a Locamerica; a rede de drogarias Panvel, o Grupo ABC (vendido para a Omnicom) e a Matera.
Até hoje, a Kinea não fez nenhum ‘writeoff’, e seu pior investimento gerou um retorno de 11% ao ano. No total, as sete saídas que fez geraram uma taxa interna de retorno de 21% — em comparação a um CDI de 9%, um IPCA de 5,5% e um Ibovespa de 5%.
A captação vem num momento de liquidez abundante para ativos de risco, impulsionada em parte pela Selic comportada.
Só nos últimos meses, pelo menos cinco gestoras de venture capital iniciaram ou concluíram a captação de novos fundos: a Crescera, a Indicator Capital, a Bridge One, e a ONEVC — sem falar na Kaszek, que levantou quase US$ 1 bi na semana passada para dois novos fundos.