Depois de três anos fazendo investimentos diretos, a Bridge One está finalizando a captação de seu primeiro fundo para uma tese ainda pouco explorada no mercado de venture capital: empresas que operam apenas no B2B e que já possuem posição de liderança em seus nichos.
“Nos EUA foi criado muito valor em empresas B2B, principalmente as de software e marketplace. No Brasil, temos alguns poucos casos de sucesso como a RD Station [vendida para a Totvs em março], mas achamos que isso ainda está para acontecer,” o fundador João Brandão disse ao Brazil Journal. “Além disso, há uma escassez de funding para esse perfil de empresa em estágios mais intermediários.”
A gestora está próxima de captar os R$ 200 milhões pretendidos. A expectativa é concluir o processo em mais dois meses.
O fundo terá um portfólio extremamente concentrado para os padrões de VC: serão apenas cinco startups, com receita entre R$ 20 milhões e R$ 30 milhões, um produto consolidado e um case com ‘opcionalidades’, disse o gestor. Os cheques ficarão em torno de R$ 30 milhões.
Dentro desses critérios, a Bridge One já encontrou seu primeiro investimento: a Goomer, uma empresa de software as a service (SaaS) que atende restaurantes e conseguiu se beneficiar da pandemia.
Fundada em 2017, a Bridge One é fruto da experiência de mais de 10 anos de João com private equity. Antes da Bridge, ele passou sete anos na Pacific Investimentos, além de ter trabalhado no BNP Paribas e na One Equity Partners, o braço de private equity do JP Morgan.
João também foi investidor-anjo em empresas como a Love Mondays e a MeSalva, a edtech vendida este ano para a Arco Educação.
Até agora, a Bridge One havia levantado apenas R$ 36 milhões em dois veículos de propósito específico, que investiram em três startups: a Mandaê, de logística para o ecommerce; a Involves, que desenvolveu um software de trade marketing; e a Stilingue, de inteligência artificial para a gestão de clientes.
Os três investimentos já estão marcados a 4x o capital inicial alocado, segundo o gestor.
“Estamos olhando empresas em que a gente consegue multiplicar o capital por 5x, 6x em três anos, e com uma visão de longuíssimo prazo,” diz ele. “Queremos que daqui de dentro saia a próxima Stone, XP ou RD Station.”