O Rising Stars, o fundo de R$ 770 milhões levantado pelo Itaú junto a clientes para investir em novas gestoras, acaba de fazer seu segundo investimento.

O fundo aportou R$ 100 milhões na ACE Capital, fundada há dois anos por dois ex-executivos da tesouraria do Santander — o berço de gestoras macro como Ibiúna, Absolute e Legacy.

11790 c11735e5 8a35 2d78 4046 f09f80c223b9O investimento será feito nas cotas do flagship da casa, o ACE Capital Master, um fundo multimercado macro. A transação com o Rising Stars envolve também um acordo de revenue share: nos 10 anos de duração do investimento, a gestora pagará uma parte de sua receita ao Rising Stars, permitindo que os clientes do Itaú participem do seu crescimento.

“O seed money é só um pontapé inicial para uma parceria muito maior, que vai nos ajudar muito com inteligência de mercado, desenvolvimento de novas estratégias,” Ricardo Denadai, o cofundador da ACE, disse ao Brazil Journal.

A ACE tem R$ 2,8 bilhões sob gestão divididos em três estratégias: o fundo macro, produtos de previdência que replicam a mesma estratégia, e um fundo com o dobro da volatilidade do macro.

11791 15a8746f fa99 eddf 7ce9 71b680fad8baA gestora foi fundada por Fabrício Taschetto, que foi o head da mesa proprietária do Santander, e Denadai, que foi o economista-chefe tanto da asset quanto da tesouraria do banco. Com seis meses na nova casa, os 27 profissionais da ACE (10 dos quais oriundos do Santander), tiveram que enfrentar a pandemia, sofrendo um drawdown relativamente pequeno.

“Esse é um time que já joga junto há muito tempo, e com uma equipe bem formada,” disse Carlos Augusto Salamonde, o head da Itaú Asset. “Vamos ajudar no desenvolvimento de novas estratégias, na contratação de equipe, no timing dos produtos, e no desenvolvimento de novos relacionamentos com as plataformas. Com isso, eles vão conseguir dar a próxima pernada de crescimento.”

O ACE Capital FIC FIM — o flagship da gestora — teve um retorno de 19,69% desde o início até o dia 19, em comparação a um retorno de 7,57% do CDI no período (o benchmark do fundo). Nos últimos doze meses, o retorno foi de 9,85% contra 3,62% do CDI e no ano, 7,21% contra 3,39% do CDI.

Com o investimento do Itaú, a expectativa dos fundadores é aumentar os ativos sob gestão com o crescimento do fundo flagship, que pode absorver cerca de R$ 10 bilhões em capacidade, bem como com a criação de novas linhas de produtos.

A ACE tem planos de lançar produtos de crédito, capturando uma janela de oportunidade que abriu agora com a alta da Selic, e, “assim que passar esse cenário, que vemos como temporário para reduzir a inflação, pensamos em lançar também um long bias ou um total return,” disse Ricardo.

Outro plano: fazer um spinoff da estratégia de hedge da gestora e oferecê-la como um produto independente.

O investimento de hoje vem dois meses depois do Itaú investir cerca de R$ 250 milhões na Vinland Capital, a gestora de André Laport e James Oliveira.

O Rising Stars — uma parceria entre a asset do Itaú e o Fund of Funds do banco — ainda pretende fazer mais dois investimentos, na faixa de R$ 150 milhões cada.