A HSI acaba de adquirir o prédio que abrigava a sede da Oi no Leblon — numa aposta na retomada do mercado imobiliário do Rio de Janeiro e se aproveitando da escassez de oferta de imóveis corporativos de alto padrão na região.

A gestora imobiliária de Max Lima pagou R$ 205 milhões pelo imóvel e vai gastar mais R$ 195 milhões para fazer o retrofit.

No final, a gestora terá um prédio triple-A com 20 mil metros quadrados de área bruta locável e lajes com cerca de 1.500 metros quadrados. 

A assinatura da transação aconteceu há seis meses, mas o closing só saiu agora porque foi preciso esperar pela aprovação da Anatel.

“É uma aposta num mercado que não tem nenhum ativo dessa magnitude e é mais conhecido pelas salinhas pequenas,” disse uma fonte do setor. “Até tem lajes boas, mas são prédios mais antigos. E ninguém consegue comprar terrenos lá para fazer algo novo.”

Segundo um broker do mercado carioca, a ideia da HSI é fazer o retrofit do prédio, alugar as lajes e depois vender o prédio inteiro para algum player do setor, como um fundo imobiliário. 

As obras do retrofit vão começar agora e a expectativa é que elas levem cerca de dois anos para ser concluídas. 

A transação de hoje é o exemplo mais recente de uma crescente retomada do interesse dos investidores pelo mercado imobiliário carioca.

Numa transação recente, a Tegra e a São José pagaram R$ 370 milhões por um terreno de mais de 30 mil metros quadrados na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.

O terreno pertencia aos herdeiros de Aloysio Faria, o fundador do Banco Alfa. 

A Tegra disse que pretende usar o espaço para construir um empreendimento residencial de “altíssimo padrão.” 

Em novembro do ano passado, o Opportunity também lançou um projeto de um residencial de alto luxo no prédio que abrigava o antigo Hotel Glória. O prédio deve ser entregue em 2026, mas o Opportunity disse que já vendeu 60% dos apartamentos. 

Outros exemplos recentes: o investimento que a Prisma Capital fez no Hotel Everest, em Ipanema, e que agora está sendo transformado num residencial com um VGV de R$ 500 milhões; e a construção de um prédio de luxo na orla do Leblon pela Gafisa. 

“Embora ainda tenha os problemas de violência, acho que o Rio já passou do low em termos de mercado imobiliário,” disse um investidor do setor. “Depois que o incorporador volta a acreditar, o mercado vai voltando aos poucos.”

No Leblon, os preços nunca chegaram a cair, dada a escassez de oferta. Hoje, o aluguel de imóveis corporativos na região está girando na casa dos R$ 300 o metro quadrado, um preço muito parecido com o da Faria Lima.