As empresas brasileiras intensificaram os anúncios de recompra de ações nos últimos anos, mas só 44% delas executaram mais da metade do programa anunciado.
A conclusão é do BTG Pactual, que examinou 161 programas de recompra – 107 concluídos e 54 em andamento – anunciados por 78 empresas nos últimos 5 anos.
As recompras só aumentam: em 2019, foram 20 programas anunciados; o número subiu para 38 em 2020 e 59 em 2021. Neste ano, até agora, 33 já foram anunciadas.
O tamanho médio dos programas é de 5% das ações em circulação – por lei, as empresas podem recomprar até 10%.
Segundo os analistas Carlos Sequeira e Osni Carfi, somente 20 companhias executaram quase todo o programa anunciado, recomprando mais de 90% das ações: Banco ABC Brasil, Americanas, Bemobi, Burger King Brasil, BR Properties, CSN, CSN Mineração, Dexco, Energias do Brasil, Gerdau, Gol, Locaweb, Marfrig, Odontoprev, Randon, SLC Agrícola, SYN, Unifique, Vale e VIA.
Apenas 12 empresas anunciaram programas acima de 6% do free float e recompraram no mínimo 50%: Banco ABC Brasil, Anima, Cosan, CSN, Direcional, JBS, JSL, Lavvi, Ser Educacional, Sinqia, SYN e Vale.
A tabela que está no relatório do BTG mostra que Ambipar, Armac, Soma, Itaú Unibanco, MRV, Porto Seguro, Santos Brasil e Tupy anunciaram programas que foram encerrados sem a recompra de nem uma ação – mas não explica as possíveis razões.