O bilionário americano Ron Baron, um dos mais longevos e bem-sucedidos growth investors dos EUA, conheceu Elon Musk em 2010, quando a Tesla abriu o capital.
Gostou da ambição do empreendedor serial, mas levou quatro anos para comprar ações da empresa. Entre 2014 e 2016, Baron investiu um total de US$ 400 milhões na Tesla – que hoje equivalem a cerca de US$ 6 bilhões.
“Acho que ainda vamos multiplicar nosso investimento por quatro ou cinco vezes nos próximos 10 a 15 anos,” o fundador da Baron Capital disse num webinar promovido pela gestora Constellation. “Mas Elon acha que vamos ganhar 30 vezes.”
Seria uma tacada e tanto para a Baron Capital, que tinha 12% de seu patrimônio de US$ 45 bilhões aplicado na Tesla no fim de 2024, segundo a CNBC.
Desde 2017, a casa também investiu US$ 1,1 bilhão na SpaceX – ou US$ 4,5 bilhões nos múltiplos de hoje. (Baron acredita que ainda pode multiplicar o capital por dez.)
“Exceções levam tempo para se provar, mas somos investidores de longo prazo,” disse ele.
Baron fundou a Baron Capital em 1982, depois de trabalhar 12 anos como analista. O seed money de US$ 10 milhões veio de George Soros, um de seus principais clientes.
De lá para cá, gerou US$ 50 bilhões em ganhos (realizados ou não) – aproximadamente US$ 10 bilhões nas companhias de Musk.
O gestor diz gastar pouco tempo com análises macro. Nesse campo, a única variável que ele considera relevante é a inflação, porque pode corroer o valor da moeda e de ativos reais.
“Não estamos tentando prever quem vai ser o próximo presidente, quem vai à guerra, quais serão as tarifas comerciais e os impostos,” disse. “Seguimos relativamente poucos princípios, e o mais importante é investir em pessoas.”
Baron passou boa parte do webinar de uma hora elogiando as qualidades de Musk como empresário – que, na sua visão, vão fazer seus negócios crescer de forma exponencial e levá-lo a criar outras empresas inovadoras.
“Ele é brilhante, vê o que os outros não veem e consegue ser incrivelmente detalhista. E está sempre trabalhando. Sempre pensando nos negócios.”
O gestor não falou sobre o papel de Musk na administração Trump, mas elogiou as primeiras medidas do governo. São difíceis no curto prazo, mas necessárias, acredita, para incentivar investimentos privados e fortalecer a economia americana.
Para quem ainda não tem exposição a Musk, ele vê um ótimo momento para investir: “A volatilidade cria oportunidades.”