Neste mercado lastimável, tem alguém querendo comprar XP.

Compradores provocaram a mesa do Itaú, que agora à noite vendeu 6,78 milhões de ações da XP a US$ 22,65 por ação – um desconto de 4,4% em relação ao fechamento de hoje, quando o papel havia subido 3,8%.

A transação – uma fração dos 11,3% do capital da XP detido pelo banco – movimentou US$ 154 milhões (R$ 740 milhões) e teve dois investidores-âncoras.

Depois da venda, o Itaú caiu abaixo de 10% do capital, o que o desobriga a deduzir o investimento na XP de seu capital regulatório.

A Itaúsa tem outros 11,5% do grupo de Guilherme Benchimol, e tem feito vendas oportunísticas – a última delas em março.

A ação da XP está em queda de 42% nos últimos doze meses e negocia hoje abaixo do preço do IPO, de US$ 27 em dezembro de 2019.

A corretora Itaú intermediou o processo.

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Antes do bloco de ações da XP ser negociado ontem à noite, Itaú e XP conversaram sobre a venda.

Além do 1,2% do capital vendido ao mercado, o Itaú também fez uma venda privada à XP de cerca de US$ 24 milhões em ações da corretora — o equivalente a 0,19% do capital.  Nesta transação, a XP comprou ações Class B, que interessam à partnership que controla a corretora por terem mais poder de voto.

A coordenação mostra que os dois lados estão mantendo o canal aberto. “Eventuais vendas futuras serão feitas em consonância entre as partes,” uma fonte que participou das conversas disse ao Brazil Journal.