Numa corrida para romper a estagnação das vendas, a Kraft Heinz vai testar produtos que vão de limonadas antioxidante a chips de clara de ovo para revigorar seu portfólio.
Duas semanas depois de Jorge Paulo Lemann se dizer um ‘dinossauro apavorado’ diante das mudanças afetando as grandes empresas de consumo, a dona do ketchup Heinz anunciou que vai incubar cinco empresas — as primeiras selecionadas pela Springboard Brands, a incubadora que a Kraft criou em março.
A ideia: buscar startups que possam criar a nova safra de marcas para a companhia ou, ao menos, ajudem-na a pensar novos caminhos de crescimento. A incubadora deve fazer duas rodadas, com cinco empresas cada, por ano. As startups devem seguir os seguintes pilares: ‘natural e orgânico’, ‘especialidades e artesanal’, ‘saúde e performance’ e ‘experiential brands’.
Conheça as cinco selecionadas:
Nick Hamburger e Zach Schreier, dois jovens estudantes da Universidade de Chicago, são os fundadores da Quevos, uma marca de snacks que promete acabar com a culpa na hora de petiscar. Os chips são feitos de clara de ovo, com pouco carboidrato e zero gordura, e ricos em proteína.
A Poppilu também vai na linha de wellness. É uma marca de limonadas rica em ‘chokeberries’, uma frutinha parecida com uma jaboticaba cultivada no Meio-Oeste americano e que é um dos mais poderosos antioxidantes naturais do mundo.
A Ayoba-Yo, fundada por dois irmãos da África do Sul, é uma versão mais saudável de um dos alimentos mais trash da indústria: as tirinhas de carne-seca, ou ‘jerked beef’, muito popular entre os americanos. Na receita centenária da família, as carnes são de qualidade e passam por um processo de secagem artesanal de 14 dias que as livra de conservantes e sabores artificiais.
A Kumana tem uma linha de molhos que podem ser adicionados a saladas ou ‘a qualquer coisa que você coma’ — tudo baseado em abacate. A iguaria é típica da Venezuela, país natal do fundador Francisco Pavan.
A Cleveland Kraut faz conservas de repolho, uma espécie de chucrute com sete opções de tempero. Segundo o site da empresa, os fundadores resolveram criar a marca porque não conseguiam encontrar no supermercado so sauerkraft “fresco, crocante, não-pausterizado e probiótico, como a vovó fazia”.
As cinco marcas vão participar de um programa de quatro meses dentro da Springboard, onde terão mentorias e acesso à cozinha e às melhores práticas da Kraft Heinz. A empresa pode dar algum ‘funding’ para as companhias, mas não se compromete a ter participação acionária.
A Springboard foi criada como uma unidade separada da Kraft Heinz, e sua sede fica a algumas quadras do escritório da companhia, em Chicago. O projeto está sendo tocado por Sergio Eleuterio, um executivo brasileiro com passagens pela Unilever, Boticário e Ambev e que está há quatro anos na Kraft Heinz.
Eleuterio já foi gerente de marketing para a Kraft Heinz no Brasil e teve passagens pelo Reino Unido e Irlanda, antes de chegar à matriz, onde liderou a área de branding para bebidas até chegar a Springboard.
A Heinz também está repaginando marcas antigas de seu portfólio, como a Devour, de refeições premium congeladas, e a Boca, de proteínas vegetais. Ambas estão sendo ‘aceleradas’ dentro da Springboard.
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