As agências Danthi e Ovo estão se juntando em uma holding operacional que vai prospectar novos negócios, numa tentativa de consolidar um mercado de comunicação corporativa ainda muito fragmentado. 

A holding, batizada de D+O Participações, nasce com uma receita anual de cerca de R$ 50 milhões (R$ 35 mi da Danthi e R$ 15 mi da Ovo), mais de 150 clientes e cerca de 150 colaboradores.

A formação da holding equivale na prática a uma fusão, mas as agências manterão suas marcas e continuarão operando de forma independente. 

Boopo Helio SussekindO fundador da Danthi, Hélio Sussekind, disse ao Brazil Journal que o objetivo é atrair para a holding mais duas agências de PR com porte e perfil semelhantes, além de comprar uma empresa focada no digital.

Após esses movimentos, a ideia é que a D+O atinja um faturamento de cerca de R$ 100 milhões em três anos, entrando para o ranking das cinco maiores agências de PR do Brasil.

“É um mercado que tem um player dominante, mas que abaixo dele tem muitas empresas com um porte menor,” disse Hélio. “Vemos espaço para pensar numa consolidação de players de porte médio que crie uma das cinco maiores empresas do mercado.”

Segundo ele, a ideia é buscar agências que ainda não tenham grupos internacionais como sócios e que ainda não atingiram seu potencial.

O gorila desse mercado hoje é a FSB, que faturou R$ 418 milhões no ano passado, segundo o Anuário da Comunicação Corporativa. Na sequência vem o Grupo InPress, com R$ 266 milhões, seguido pelo Grupo Hill + Knowlton Brasil (R$ 140 milhões), a BCW Brasil (R$ 132 milhões), e a Weber Shandwick Brasil (R$ 81 milhões).

Pelo ranking do ano passado, a D+O Participações já seria a décima empresa do setor. 

Helio fundou a Danthi em 2010 depois de trabalhar 13 anos na FSB. Os outros sócios da agência são Andréa Uchôa, Carla de Azevedo, Lúcia Martins e Naila Oliveira. 

Já a Ovo foi fundada há seis anos por Paula Ponzi, uma ex-head de PR da XP, e Roberta Scrivano, que fez carreira como repórter de economia em diversos grandes veículos. Outros sócios da Ovo são Giovanna Wolf e Fernando Scheller, o ex-editor de negócios do Estadão.

Com a criação da holding, todos os sócios se tornarão acionistas da D+O Participações, que será a controladora das duas agências. 

Paula, a fundadora da Ovo, disse que o movimento faz sentido porque as duas agências têm um perfil muito parecido, focando apenas no setor privado e em grandes corporações. A ideia é manter este foco e buscar outras duas agências que tenham a mesma abordagem. 

A Danthi atende clientes como a Vinci Partners, a Light e a GRU, a concessionária que opera o Aeroporto de Guarulhos. A Ovo atende empresas como a Kinea, o Pinheiro Neto, e a RD, dona das redes Raia e Drogasil.

Os novos sócios já se conhecem bem. Paula foi sócia da Danthi entre 2010 e 2012, e as conversas entre as duas empresas começaram há dois anos. “Naquela época éramos menores, talvez não fizesse tanto sentido,” disse ela.

De lá para cá, a Ovo cresceu numa média de 50% ao ano, e as sócias viram espaço para uma parceria que gerasse sinergias e ajudasse os dois negócios a crescer mais. 

Outro diferencial da Ovo, segundo ela, é que a agência busca ter entre 70% e 80% de seus funcionários vindos de redações de grandes veículos. “Isso facilita nosso acesso e faz a gente olhar para o trabalho de comunicação com uma perspectiva de jornalista. Queremos ser muito mais parecidos com os jornalistas do que com os clientes.”

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