A FSB acaba de fazer a terceira aquisição de sua história — mas desta vez, o alvo não é uma agência de relações públicas.

A maior agência de PR do Brasil em faturamento está comprando a JotaCOM, um movimento para fortalecer sua vertical de publicidade num mercado em que conteúdo e publicidade estão se fundindo.

A transação será essencialmente uma troca de ações, e vai dar origem a uma nova empresa controlada 60% pela FSB Publicidade e 40% pela JotaCOM.

A FSB tem ainda uma opção de compra para adquirir o restante daqui a cinco anos. 

A nova companhia nasce com uma receita somada de R$ 40 milhões e uma equipe de mais de 100 funcionários. O processo de integração das duas companhias será liderado por Alexandre Loures, o head do setor privado na FSB.

Fundada em 2005 por Jurgis Figueiredo, a JotaCOM atende 25 clientes, incluindo nomes como SulAmérica, Duolingo, EspaçoLaser e Privalia. 

A FSB já tinha uma atuação relevante no mercado de marketing: no ano passado, sua vertical de publicidade criou 65 campanhas, veiculando R$ 90 milhões em mídia.

“Mas vimos que precisávamos trazer mais inteligência, equipe e expertise,” Marcos Trindade, o CEO da FSB, disse ao Brazil Journal. “Mergulhamos no mercado e nos deparamos com um modelo genial, uma agência que trabalha performance e criação de forma integrada e usando muitos dados.”

A aquisição também vai ao encontro da estratégia da FSB de ampliar sua presença no setor privado — um movimento que começou com a compra da Loures em 2018.

Antes da Loures, metade do faturamento da FSB vinha de contratos com empresas e órgãos do setor público. Hoje, segundo a companhia, essa fatia caiu para apenas 20%, com o grosso do ‘top line’ vindo de 250 empresas privadas. 

A FSB espera fechar este ano com um faturamento de R$ 400 milhões — sem considerar a aquisição de hoje. A companhia faturou R$ 320 milhões no ano passado e R$ 250 milhões em 2020.

As conversas entre as duas empresas partiram da FSB e começaram há alguns meses. Jurgis, o fundador da JotaCOM, disse que não estava pensando em vender o negócio, mas viu muito valor na forma como a proposta foi feita.

“Muitos grupos gringos já tinham procurado a gente mas sempre com um viés de comprar todo o negócio. Nunca vi valor nisso porque quero continuar tocando o negócio de perto como faço, com meu grupo na mão e toda a liberdade que isso traz para o dia a dia,” disse ele. “A FSB trouxe isso. Além disso, gostei do fato de ser um grupo nacional e com uma cultura parecida com a nossa.”

A aquisição vem um ano depois da FSB comprar a Giusti Comunicação, outra assessoria de imprensa. 

A companhia está expandindo de três formas: M&As, crescimento orgânico e com a criação de novas marcas do zero.

Nos últimos anos, a FSB criou a F5, uma agência de growth; a Beon, focada em ESG; e a Bússola, de criação de conteúdo. 

Diego Ruiz, o sócio responsável por M&A, disse que a FSB está em conversas com outras empresas e que o foco são companhias que agreguem tecnologia e dados ao negócio.

A Pipeline Capital assessorou a FSB na transação.