Fundos do Opportunity estão aumentando sua participação na CVC numa época de stress máximo para a maior operadora de viagens do País.

No dia 2, o Opportunity teve que informar à CVM que ultrapassou a barreira de 5% do capital, e reportou uma posição de 7,46%.

Hoje, a gestora informou que sua participação atingiu 10,15% na segunda-feira, dia 6.   

Como desde então o papel avançou 23% — de R$ 10,50 para R$ 12,95 — é possível que os fundos tenham aumentado sua posição para além dos 10%, mas só teriam que reportar a nova posição quando e se ultrapassarem 15%.

Uma fonte da gestora disse ao Brazil Journal que a CVC “teve todos os azares do mundo nos últimos seis meses”, e que deve “continuar sendo uma grande empresa quando a normalidade voltar.”   A fonte disse que a posição expressa a confiança da gestora no novo management, que assumiu no início do mês.

“Essa empresa tem um fundo de comércio muito valioso.  Ela não deve quebrar, mas se porventura precisar de uma subscrição, nós estaríamos dispostos a acompanhar.”

O compêndio de problemas da CVC inclui: o vazamento de óleo no Nordeste, a quebra da Avianca, a desvalorização cambial aguda desde o fim de 2019, a crise dos Boeing MAX (que reduziu a capacidade da GOL e pressionou para cima os preços de passagens domésticas), problemas contábeis, e, last but not least, a pandemia do coronavírus.

Na semana passada, a CVC publicou a chapa proposta pela administração para o novo conselho.

Pela primeira vez desde o IPO da companhia, Luiz Eduardo Falco, o ex-CEO e atual chairman da empresa, deixará o conselho.

Além disso, a nova chapa inclui dois novos nomes:  Igor Xavier Correia Lima, ex-COO da Kroton e ex-consultor da McKinsey que hoje já tem assento no board da Yduqs (a antiga Estácio) e Flávio Uchôa Teles de Menezes, responsável por investimentos em companhias abertas no Pátria e que senta no board da Tenda Construtora.