A Aliansce Sonae está comprando uma participação adicional no Shopping Leblon que a tornará o maior acionista do empreendimento, fontes a par do assunto disseram ao Brazil Journal.

A maior administradora de shoppings do Brasil está pagando R$ 275 milhões por 21% do ativo, elevando sua participação de 30% para 51% num dos dois shoppings mais upscale do Rio de Janeiro.  

A transação avalia o Leblon em R$ 1,3 bi. O cap rate — o fluxo de aluguéis de um imóvel dividido pelo valor pago por ele — foi de 6,9%, e a taxa interna de retorno (real e desalavancada) foi de 8,8%.

O vendedor é a Brookfield, e o valor total da transação chega a R$ 462 milhões porque outro investidor financeiro está comprando 14% do shopping, tornando-se o segundo maior acionista.

A companhia deve aproveitar o anúncio da compra para anunciar uma expansão de quase 2.000 metros quadrados no shopping — aumentando a área bruta locável (ABL) em cerca de 8% — além de investir numa área de gastronomia mais sofisticada.

O Leblon foi parar no portfólio da Brookfield quando o gigante candense comprou a americana General Growth Properties (GGP), que já foi tanto uma grande acionista da Aliansce quanto co-investidora no desenvolvimento do shopping.

Inaugurado em 2006, o Shopping Leblon vende R$ 1 bi por ano numa área relativamente pequena. É a terceira melhor venda por metro quadrado do setor, atrás apenas do Shopping Morumbi e do Iguatemi Faria Lima.

Antes da covid, as lojas não-âncora do Leblon vendiam R$ 3.800 por metro quadrado/ ano, segundo dados publicados pela Aliansce no primeiro tri de 2020.

A aquisição vem num momento em que o mercado de equities, ainda sob o trauma da covid, continua a precificar os shoppings de forma severa tendo em vista o valor intrínseco das propriedades no longo prazo.

Os shoppings sofreram relativamente pouco: encheram toda vez que a taxa de infecção recuou e os inquilinos ficaram nos shoppings quando receberam pequenos descontos.

BTG Pactual e Bradesco BBI assessoraram a Brookfield.  A Aliansce não teve assessores.