A Alloha — o provedor de serviços de fibra ótica controlado pela eB Capital — acaba de anunciar Roger Solé como seu novo CEO, colocando no comando da empresa um executivo com um background extenso no setor, tanto no Brasil quanto no exterior.

Solé vai substituir Lorival Luz, que assumiu o cargo em julho de 2023 com o mandato de integrar as 16 empresas que a Alloha adquiriu ao longo dos anos, e de fazer uma reorganização societária, subindo acionistas minoritários do nível das investidas para a holding.

Eduardo Sirotsky Melzer, o fundador da eB Capital, disse ao Brazil Journal que esse processo já foi 100% concluído, o que justifica a mudança no comando.

“Agora estamos apontando a companhia para uma direção de crescimento orgânico e para deixá-la preparada para participar dos grandes movimentos de consolidação da indústria, que seriam transformacionais para ela,” disse Melzer. 

Roger começou sua carreira na consultoria Oliver Wyman, atendendo empresas de telecom na Europa e América Latina. Na sequência foi para a Vivo, onde trabalhou mais de seis anos, os últimos dois como vice-presidente de marketing. 

Ele trabalhou outros cinco anos como CMO da TIM Brasil, antes de voltar para os Estados Unidos para assumir o mesmo cargo na Sprint, quando Marcelo Claure era o CEO.

Na telecom americana, ele teve papel fundamental no turnaround do negócio, que vinha perdendo share e receitas quando ele entrou, em 2015.

Como CMO e CRO, Roger liderou campanhas publicitárias, lançamentos de novos produtos e parcerias estratégicas que viraram o jogo do top line, fazendo a TMobile se interessar pelo ativo. 

Depois da fusão da Sprint com a TMobile, Roger assumiu como CMO do WeWork, onde ficou um ano e meio, e depois virou o CMO da Univision, com o desafio de criar um streaming na gigante de TV a cabo.

Ele saiu do cargo em janeiro de 2025 para se tornar um managing partner na Claure Capital, o braço de investimentos do Claure Group. Na época, assumiu um assento no conselho da Alloha, que é uma das investidas de Claure. 

“O foco agora é na estratégia de vendas, marketing, atendimento e qualidade de rede. Queremos fazer esse básico muito bem feito para melhorar nossas métricas operacionais e de forma muito inteligente e rentável,” disse Roger. 

No ano passado, a Alloha fez uma receita líquida de R$ 1,7 bilhão e EBITDA de R$ 784 milhões. No primeiro tri deste ano, a receita foi de R$ 434 milhões, com um EBITDA de R$ 201 milhões. 

A mudança no comando vem num momento em que o fundo da eB Capital que criou a Alloha está chegando a seu vencimento e a gestora tenta desenhar uma saída do investimento, feito em 2018. 

Em 2022, a eB Capital chegou a contratar o Lazard para tentar vender a infraestrutura de fibra da Alloha separadamente, mas o negócio não foi adiante.

Melzer disse que “não há pressão” para vender o ativo.

“No operacional, temos que garantir que a Alloha é a melhor empresa da indústria, do ponto de vista de indicadores. Não necessariamente a maior, mas a melhor,” disse ele. “Buscamos também ser o player líder da indústria, e isso nos abre oportunidades estratégicas, de M&As, e é nessa combinação que podemos fazer a monetização do ativo.”