Seis anos depois de Mark Zuckerberg pagar US$ 1 bilhão pelo Instagram, a rede social de compartilhamento de imagens deve faturar US$ 9 bilhões este ano.

Se fosse listada separadamente, valeria US$ 100 bilhões, segundo cálculos da Bloomberg Intelligence. Trata-se, muito provavelmente, da melhor aquisição já feita no mundo digital.

Enquanto Facebook e Whatsapp se transformaram numa arena (suja) de acalorados debates políticos e canais de disseminação de fake news, o Instagram floresce como uma espécie de ilha da fantasia digital preferida dos millennials.

Com 1 bilhão de usuários, o Instagram já responde por 18% do faturamento do Facebook. E é, dos três grandes negócios de Zuckerberg, o mais saudável: o Instagram responde por 38% de cada novo dólar investido em publicidade no Facebook. Em 2020, essa fatia deve chegar a 68%, segundo análise do KeyBanc.

A popularidade do Instagram é coisa pra millennial nenhum botar defeito. Em seu estudo semestral sobre marcas e comportamento de consumo dos adolescente (Taking Stock With Teens), a corretora Piper Jaffray mostra que 85% dos adolescentes usam o Insta pelo menos uma vez por mês. No Snapchat, o índice é de 84%. (Só 47% usam o Twitter todo mês; e Facebook, 36%.)  Pela primeira vez, o Instagram ultrapassou o Snapchat como a rede social mais usada pelos mais jovens.

A incapacidade do Facebook de atrair a nova geração também é crescente. Há dois anos, 40% dos jovens de 15 anos estavam no Facebook; hoje, apenas 28%. O estudo ouviu 8,6 mil adolescentes nos EUA.

Quando perguntados qual sua rede social preferida, o Snapchat ainda aparece na frente com 46% contra 32% do Instagram.

Ironicamente, a popularidade do Instagram aumentou depois que ele começou a clonar ferramentas do próprio Snapchat, como o “Stories”, e também o envio de imagens efêmeras no privado (direct).

 

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O Instagram também é citado por mais de 60% dos adolescentes como seu canal preferido para manter contato com as marcas. (Em segundo lugar vem o email.)

No mercado de luxo, a presença no Instagram começa até a se refletir no market cap das marcas. Na semana passada, o UBS recomendou a inclusão de métricas como números de seguidores, ‘likes’ e interações no Instagram nas análises e decisões de investimento na hora de se avaliar ações de empresas como Gucci, LVMH e Burberry.

“Percebemos uma relação claramente linear entre o número de seguidores em uma dada rede social e as vendas da marca no varejo. Mesmo para fãs que não podem comprar alguma peça imediatamente, o interesse nas redes vai provavelmente significar que esse consumidor vai comprar algo mais cedo ou mais tarde”, diz o UBS em seu último relatório sobre a indústria de luxo na Europa.

O banco comparou o crescimento do volume de likes nos posts no Instagram com o crescimento das vendas de algumas marcas de luxo. No caso de Gucci, uma das marcas mais desejadas pelos millennials hoje, a correlação foi de 76%, considerando o período de 2016 até o segundo tri deste ano.

O estudo do UBS também mostra que as marcas de luxo têm aumentado os gastos com o impulsionamento de posts e também com cachês de influenciadores para a promoção dos produtos. Há dois anos, a Gucci gastava 30% de suas receitas de publicidade e promoção em mídias digitais. Este ano, essa fatia deve ser de 55%.