A Afya acaba de anunciar um follow-on para captar cerca de US$ 340 milhões ao preço de tela, com três quartos do total indo para o fundo Crescera (ex-Bozano, ex-BR Investimentos), que criou a holding de faculdades de medicina há três anos.
A oferta — que vem algumas semanas depois do CFO da companhia anunciar que está de saída — surpreendeu o mercado porque a empresa ainda não alocou todo o capital que levantou em seu IPO na Nasdaq, em julho passado.
“A empresa havia levantado R$ 1 bilhão no IPO dizendo que ia comprar mil vagas de medicina com isso. Por enquanto, eles só compraram 350, gastando cerca de 40% a 50% dos recursos,” diz um analista.
A oferta primária está gerando especulação de que a empresa pode estar enxergando uma grande aquisição.
“Até agora, a Afya está comprando só players pequenos. Se quiser comprar alguém grande vai precisar de mais dinheiro,” diz um analista.
Os alvos mais prováveis?
A Unigranrio, que recentemente voltou ao mercado e tem 308 vagas de medicina, e a Anhembi Morumbi, que tem 370 vagas de medicina e pertence ao grupo Laureate.
A Afya opera três negócios. Além da NRE Educacional, que responde por 80% da receita e é onde estão as faculdades de medicina, a companhia também é dona da MedCel, um curso preparatório para residência médica 100% online, e da IPEMED, que oferece cursos de especialização para depois da residência.
Desde o IPO, a ação da Afya praticamente dobrou de valor, passando de US$ 19 para US$ 30,2.
De lá para cá, a empresa fez duas aquisições: a IPEC, do Pará, e a UniRedentor, do Rio de Janeiro.
A oferta anunciada hoje pode aumentar em US$ 51 milhões se houver demanda pelo lote adicional. O pricing será quinta-feira.
Os coordenadores globais da oferta são o Bank of America, UBS, Goldman Sachs e Itaú BBA.
BTG Pactual, Credit Suisse, JP Morgan e Morgan Stanley entram como joint bookrunners.
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