Aproveitando a liquidez do mercado, a Cogna Educação levantou R$ 2,6 bilhões numa oferta de ações que deve reduzir a preocupação do mercado sobre sua dívida.
 
Depois de oito dias de roadshow, a companhia vendeu 232 milhões de novos papeis a R$ 11 por ação ontem à noite, um desconto de 4,6% em relação ao lançamento da transação.  Antes do pricing, o papel fechou a R$ 11,15, dando à empresa um valor de mercado de R$ 18,3 bilhões.
 
Nos R$ 11, a demanda era de cinco vezes a oferta, o que permitiu aos coordenadores colocar o ‘hot issue’ de 35% sobre a oferta básica de R$ 2 bilhões.
 
A participação de investidores internacionais foi maior que a dos locais.
 
Quando os novos recursos entrarem em caixa, analistas estimam que o endividamento da Cogna cairá de 3 vezes EBITDA no fim do terceiro trimestre para menos de duas vezes.  (Esta é a métrica que os debenturistas da companhia acompanham, ainda que os investidores de equity vejam a alavancagem de forma mais conservadora, excluindo da conta do EBITDA itens não-recorrentes, reversões de provisão e recebíveis.)
 
No final do terceiro trimestre, o último reportado, a Cogna tinha uma dívida líquida de R$ 7,8 bilhões.
 
Os coordenadores da oferta foram Itaú BBA, BTG Pactual, Morgan Stanley, Santander, Bradesco BBI, Credit Suisse e JP Morgan.
 
Agora, a Cogna espera levantar outros R$ 2 bilhões com o IPO da Vasta, seu negócio de sistemas de ensino e serviços para escolas de educação básica.
 
A Cogna vai listar a Vasta em Nova York e diluir sua participação na empresa em 20% numa oferta primária.  A operação deve acontecer em maio, segundo fontes próximas à companhia.
A Goldman Sachs será a líder do sindicato, que conta ainda com Morgan Stanley, Bank of America e Itaú BBA.  UBS, Santander e Bradesco BBI serão junior bookrunners.
A Vasta oferece serviços para escolas privadas, incluindo sistemas de ensino, treinamento para professores e conteúdos complementares como línguas, STEM (acrônimo em inglês para ‘ciência, tecnologia, engenharia e matemática’) e sócio-emocional.   A companhia deve fazer um EBITDA de pelo menos R$ 340 milhões em 2020.