Depois de mostrar que é capaz de ganhar terreno no ecommerce, discretamente o Walmart também está trabalhando para brigar com a Amazon na tecnologia nas lojas físicas.

Sem alarde, a rede do Arkansas está desenvolvendo um novo modelo de loja sem operadores de caixa e com o uso de visão computacional — as máquinas que ‘enxergam’ o que os humanos fazem. O conceito é o mesmo da Amazon Go, a loja futurista de Jeff Bezos. As informações são do site Recode.

Apesar de ter sido anunciada há um ano, a Amazon Go ainda não foi lançada oficialmente: a loja-piloto em Seattle só atende funcionários da Amazon. Segundo o Recode, a tecnologia de câmeras e computadores que monitora o que o consumidor tira da prateleira para cobrá-lo automaticamente ainda tem um.. ‘pequeno probleminha’: não funciona bem quando as lojas estão lotadas.

Batizado de ‘Projeto Kepler’, o conceito da loja tecnológica do Walmart está sendo desenvolvido pela  Store Number 8, a incubadora de startups do grupo. O projeto é liderado por Mike Hanrahan, co-fundador e antigo diretor de tecnologia da Jet.com, e ainda não há previsão de quando – e se – será lançado.

A primeira cria da incubadora do Walmart, por outro lado, já está em teste: um app em que os consumidores podem comprar, por mensagem de texto, enviando apenas uma descrição genérica do produto que desejam.

O sistema, baseado em machine learning, processa o pedido e escolhe o produto que atende melhor ao perfil do cliente, e o envia para o endereço cadastrado. (O cliente também pode mandar a foto do produto que quer comprar.)

Itens mais básicos são entregues em 24 horas; outros demoram até dois dias. Em caso de troca, o entregador retira o produto em casa. O serviço por enquanto é focado em itens como saúde e beleza, higiene pessoal, moda e acessórios. Segundo o Recode, não está claro se o estoque vem das lojas do Walmart ou de outros varejistas.

A iniciativa — batizada de Code Eight — visa atender os consumidores de alta renda das cidades mais cosmopolitas, que não costumam fazer comprar em ‘big boxes’ como o Walmart. Fontes ouvidas pelo Recode disseram que o público-alvo inicial são ‘as mães ocupadas de Nova York’.

Para liderar o projeto, o Walmart contratou a fundadora do Rent The Runaway, um dos primeiros e mais bem sucedidos sites de aluguel de roupa dos Estados Unidos. Nesta fase de testes o app é de graça, mas a ideia do Walmart é cobrar uma assinatura pela conveniência.