A Unipar acaba de contratar Marco Rabello como seu novo CFO e diretor de relações com investidores num momento em que a companhia trabalha num pipeline intenso de aquisições e projetos greenfield.
Marco fez carreira na Novonor (o novo nome da holding do Grupo Odebrecht), onde passou os últimos quatro anos como CFO. Ele deixou o grupo no começo de outubro.
O executivo começou ontem na Unipar e vai substituir Christian Schnitzlein, que está deixando a fabricante de cloro-soda e PVC depois de sete anos (quatro como CFO).
Um veterano com duas décadas da Odebrecht, Marco também teve passagens pela Braskem, onde começou sua carreira, pela Ocyan (a antiga Odebrecht Óleo e Gás), pela Novonor Energia e pela Odebrecht Engenharia e Construção.
“Sempre trabalhei com empresas de capital intensivo, listadas, e tive muita experiência em M&As, follow-ons e em financiamentos estruturados para grandes projetos – exatamente o tipo de discussão que vamos ter com a Unipar nessa nova etapa de crescimento,” o novo CFO disse ao Brazil Journal.
A Unipar vale R$ 9,5 bilhões na B3 e negocia perto de seu high histórico. A empresa terminou o último tri com caixa líquido.
A troca de CFO vem num momento em que a Unipar ajustou sua governança para se preparar para essa nova fase de crescimento. Em julho, o controlador da companhia, Frank Geyer Abubakir, deixou a posição de executive chairman depois de 15 anos, passando o assento a Bruno Uchino, um advogado com background em M&A. O movimento permitirá ao controlador gastar mais tempo na estratégia.
A companhia tem sido vocal sobre sua vontade de crescer, seja organicamente ou por meio de M&As.
Recentemente, a companhia fez uma oferta para comprar o polo de São Paulo da Braskem, que envolve sete plantas na região de Mauá. A oferta — em cash — pagava um prêmio substancial pelos ativos, não exigia haircut na dívida com os bancos, e — por ser um carveout — passava ao largo dos passivos de Alagoas, segundo pessoas com conhecimento do assunto.
Três meses depois, a oferta expirou em meio ao desinteresse da Novonor em continuar a conversa.
Apollo Global e J&F Investimentos também estão em conversas com a Novonor. O BTG corre por fora.