A Unigranrio, universidade com cerca de 25 mil alunos no Rio de Janeiro, está voltando ao mercado um ano e meio depois de uma tentativa frustrada de venda para a Ser Educacional

Na semana passada, o banco Credit Suisse, que representa a família controladora, começou a enviar teasers a potenciais investidores dizendo que a universidade busca “alternativas estratégicas sobre potencial investimento.” 

O processo está na etapa inicial e não há data definida para envio de propostas. 

Um grande diferencial da Unigranrio são seus cursos de medicina, segmento que virou a menina dos olhos do setor por conta das mensalidades elevadas e do baixo nível de evasão. 

A universidade carioca oferece cerca de 308 vagas anuais em dois campi: Duque de Caxias e Barra da Tijuca. A Afya estreou na Nasdaq com 1.352 vagas, valendo US$ 1,7 bi. 

Fundada em 1970 pelo professor José de Souza Herdy, a Unigranrio é controlada por seus sete filhos – o reitor, Arody Herdy, é o único que ainda está na operação. 

A Ser Educacional firmou um memorando de entendimentos para a compra da universidade em 2018, mas o negócio fez água. Segundo fontes que acompanharam as negociações, no centro da discórdia estavam os contratos de aluguel dos imóveis onde ficam as universidades, que permaneceriam com os Herdy. 

Na época, o mercado especulava que a oferta da Ser girava em torno de R$ 500 milhões. 

De lá para cá, a Unigranrio aprovou mais vagas de medicina: o número saiu de 220 para 308. 

No setor, especula-se que a Afya e a Ânima — que acaba de anunciar um follow-on de R$ 1 bi e está ativa em aquisições —  seriam potenciais interessadas no ativo, por conta de seu apetite por ativos de medicina.  

A YDUQS (a antiga Estácio) e a Kroton não seriam compradores tão viáveis pela questão concorrencial.