A Omega Geração acaba de lançar uma plataforma digital de compra de energia criando um novo canal de vendas para sua energia renovável e abrindo uma avenida de crescimento num mercado que deve explodir nos próximos anos.


11092 737c34ad 88e0 61f6 4ce7 2032ea5e0a4dA plataforma vai facilitar o acesso à energia barata para empresas que hoje enfrentam um processo quase kafkiano para comprar energia no mercado livre: as
que consomem entre 0,5 MW e 3 MW por ano. Essas companhias gastam mais de R$ 11 bilhões/ano em energia, 70% disso comprado no mercado livre.

A burocracia inclui o envio de diversos documentos para a comercializadora, a assinatura de contratos com dezenas de páginas, uma análise de crédito que pode levar dias, além do registro do consumo na CCEE todos os meses.

A Omega vai permitir fazer a cotação e fechar o contrato direto na plataforma, tornando o processo mais rápido e simples. Além disso, o cliente poderá acompanhar seu consumo em tempo real, fazendo uma melhor gestão de seus gastos.

Mas a cereja do bolo é o SmartFlex, um sistema que dará maior flexibilidade na contratação.

Hoje, se uma empresa comprar 1 MW por ano no mercado livre mas acabar consumindo 1,5 MW, ela terá que comprar o excedente no mercado de curto prazo, arcando com os riscos da volatilidade de preço. Em outras palavras, se no final do ano a energia estiver mais cara do que o preço contratado, ela tem que cobrir a diferença.

“Na nossa plataforma isso não acontece,” Antonio Bastos, o fundador e CEO da Omega, disse ao Brazil Journal. “Vamos entregar exatamente o que ele consumir pelo preço contratado.”

Para fazer isso, a Omega desenvolveu um algoritmo que vai analisar diversos dados — desde o perfil da empresa e seu histórico de consumo até as condições climáticas no Brasil — e calcular o potencial de consumo de energia de cada cliente. 

A plataforma — que deve demandar investimentos de R$ 100 milhões também posiciona a Omega para se beneficiar da possível abertura do mercado livre para as pessoas físicas.

O Ministério de Minas e Energia já disse que pretende liberar o mercado livre para o consumo residencial até 2024 e, quando isso ocorrer, a Omega vai usar sua plataforma para vender também para os consumidores residenciais — aumentando seu mercado endereçável para mais de R$ 100 bilhões.

A plataforma foi desenvolvida dentro da Omega Comercialização — que é controlada pela Omega Geração (que tem 51% do capital) e pela Omega Desenvolvimento, que detém o restante. Das três, a única listada em Bolsa é a Omega Geração, mas todas são controladas por Antonio e pela Tarpon Investimentos e estão reunidas sob a marca Omega Energia.

Com a nova plataforma, a expectativa do fundador é que o lucro bruto da comercializadora mais que dobre em dois anos, passando de R$ 40 milhões para mais de R$ 100 mi.