A Netflix acaba de contratar Shonda Rhimes — a aclamada produtora das séries ScandalHow to Get Away With Murder, e Grey’s Anatomy — em mais uma tentativa de aumentar seu conteúdo próprio e depender menos de terceiros. 

A contratação de Rhimes — que há 15 anos tinha contrato com a ABC Studios, uma subsidiária da Disney —  vem dias depois da Disney anunciar que vai retirar seus filmes da Netflix a partir de 2019.

 
Rhimes vai desenvolver novas séries e trazer sua produtora ShondaLand para a Netflix, mas continuará envolvida com as séries que a ABC já está exibindo ou que já estejam em desenvolvimento. (Os roteiristas das séries continuam sob contrato na ABC.)
 
Só na semana passada, a Netflix fez três movimentos para fortalecer seu conteúdo próprio:  contratou os diretores Joel and Ethan Coen para fazer uma série de faroeste; assinou com o comediante e talk show host David Letterman para um programa exclusivo, e comprou uma produtora de histórias em quadrinhos.

 
Enquanto isso, a decisão da Disney de concorrer com a Netflix com seu próprio serviço de streaming parece menos inteligente a cada dia que passa.
 
Martin Peers, o veterano repórter de mídia do The Wall Street Journal que hoje edita o site The Information, sentenciou logo no dia seguinte:
 
“Este é um anúncio do qual a Disney ainda vai se arrepender. Esqueça por um momento que a Disney está criando um rival para o Hulu, um serviço de streaming no qual é um investidor. Ou que a Disney tentou e falhou neste tipo de coisa lá atrás, quando lançou um serviço de filmes sob demanda chamado MovieBeam. Lançado em 2003, ele não deu em nada e foi desinvestido em 2006.
 
Superficialmente, [lançar um serviço de streaming próprio] pode fazer sentido. A Disney tem uma marca que os consumidores reconhecem, posicionando-a melhor do que seus pares para lançar seu próprio serviço.
 
Mas a Netflix e outros serviços de streaming, como a Amazon ou o Hulu, estão bem enraizados. Sua vantagem é uma amplo sortimento de programação.
 
E para a Disney, ela vai renunciar à receita que está recebendo por licenciar esses filmes para a Netflix (antes da Netflix, eles iam para o canal a cabo Starz) e terá que gastar dinheiro lançando o novo serviço.
 
No geral, esta é [uma ideia] de alto risco e baixa recompensa. Minha aposta é que será abandonada ou antes, ou logo depois de seu lançamento.”