Muitos leitores já devem ter imaginado o que acontecerá na economia mundial se, uma semana antes da eleição de novembro, as pesquisas indicarem que Donald Trump será mesmo eleito presidente dos EUA: bolsas em queda, dólar mais fraco contra o euro e a libra, e o início de uma queda consistente na confiança empresarial em todo o mundo.Michael Bloomberg
 
Com Trump, os EUA serão mais polarizados, mais beligerantes, mais protecionistas, mais imprevisíveis.
 
Mas ninguém mais insuspeito do que Michael Bloomberg para desconstruir a farsa — que muitos no Brasil ainda compram — de que Trump é o candidato ‘certo’ simplesmente porque é Republicano e, como tal, supostamente representa a racionalidade econômica contra um Partido Democrata caricaturado como ‘gastador’.
 
O sucesso empresarial de Bloomberg e seu histórico como servidor público em três mandatos na Prefeitura de Nova York fariam do próprio um dos melhores presidentes que os EUA poderiam ter.
 
Ontem à noite, ele apoiou Hillary Clinton.
 
“Dado o meu histórico, eu sempre incentivo os líderes empresariais a se candidatar a cargos públicos, porque muitos deles compartilham uma abordagem pragmática para a construção de consenso. Mas nem todos,” disse Bloomberg, no discurso à convenção do partido Democrata que você pode ver abaixo.  (Aqui, um resumo do discurso).
 
O esfarelamento da classe média que existia nos EUA desde o pós-guerra e o aumento descabido da concentração de renda no que era, anteriormente, uma sociedade mais equânime deu origem a dois novos partidos: à esquerda, o partido Bernie Sanders, e à direita, o partido Donald Trump. 
 
Do primeiro, o mundo já se livrou.  Falta agora eliminar o outro risco.