A criação de endowments de universidades, que começou a ganhar força no Brasil nos últimos anos, está chegando à Bahia. 

11587 5c1998da 05dd b1db e381 ef5230a38e08Um grupo de ex-alunos da escola de administração da Universidade Federal da Bahia (UFBA) acaba de criar o Conecta EAUFBA, uma instituição que vai atuar em duas frentes: um programa de mentoria e um fundo de endowment. 

O fundo começou a ser estruturado agora, e a meta é levantar R$ 1 milhão até o final deste ano. 

“Dificilmente vamos conseguir cheques do tamanho que um Amigos da Poli conseguiu pelo perfil dos nossos ex-alunos,” diz Fábio Figueiroa, um soteropolitano que hoje trabalha como gestor na Mauá Capital. “Estamos trabalhando uma tese de conseguir cheques bem menores, mas gerar um engajamento dos doadores. Fazer com que eles doem com muito mais frequência.”

Fabio fundou o Conecta junto com Luciana Ferreira, que é gerente da Íon, a nova plataforma de investimentos do Itaú Unibanco. 

11588 14a45894 6381 4fed d24b eee2f050babcO embrião para o projeto nasceu quando os dois — que foram colegas de classe na administração da UFBA — se reencontraram por acaso num bar na Faria Lima em meados de 2018. Na época, eles começaram a discutir formas de retribuir à faculdade e tiveram a ideia de criar um grupo de alumni.

“Essa foi a sementinha, mas o estopim aconteceu mesmo na pandemia,” diz Luciana. 

Com todo mundo preso em casa, ela voltou a morar em Salvador e acabou se reconectando com a faculdade. Com a ideia de criar um endowment, ela ligou para o diretor da escola de administração, que recebeu a sugestão com a hospitalidade típica dos baianos: de braços abertos. 

Os fundadores vão começar nas próximas semanas a conversar com potenciais doadores, mas o Conecta já nasce com uma lista de apoiadores de peso. 

O evento de inauguração do grupo, na semana passada, contou com Nizan Guanaes; o ex-CEO da PwC no Brasil, Fernando Alves; e a vice-prefeita de Salvador Ana Paula Matos. 

“Estamos começando a estruturar a rede de alumni para começar aos poucos a levantar recursos,” diz Fabio.

Como o endowment vai começar pequeno, os fundadores ainda não definiram como será a política de investimentos. Segundo eles, é possível que nos primeiros dois anos eles apenas reinvistam os rendimentos para engordar o bolo e só depois comecem a financiar projetos da faculdade, como a melhoria da estrutura da escola ou a qualificação de professores. 

Além do fundo, o Conecta já nasceu com um projeto de mentoria para alunos que estão perto de se formar, preparando-os para a vida pós-diploma. Os mentores são ex-alunos da escola de administração da UFBA que já tiveram sucesso no mercado. 

“Alguns ex-alunos não têm condições de doar dinheiro, mas podem doar seu tempo e ajudar mesmo assim,” diz Luciana.

ARQUIVO BJ

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