Brian Moynihan, o CEO do Bank of America, afirmou que os bancos americanos estão prontos para adotar criptomoedas nas transações financeiras e pagamentos do dia a dia – só falta o sinal verde das autoridades.
“Se tivermos regras que tornem isso algo real e com o qual possamos de fato fazer negócios, o sistema financeiro vai atuar com força no lado transacional,” disse Moynihan ao ser indagado sobre como a indústria bancária vê o entusiasmo de Donald Trump com as criptomoedas.
As declarações do líder do segundo maior banco dos EUA foram feitas durante um debate no Fórum de Davos e demonstram como os banqueiros americanos – até então reticentes em relação às criptos – começam a ‘virar a chave’ e se ajustar aos novos tempos.
“Se você sair aqui na rua e comprar um almoço, você pode pagar com Visa, Mastercard, um cartão de débito, Apple Pay, etc. Serão apenas mais uma forma de pagamento,” disse Moynihan, segundo a CNBC.
O executivo disse que o BofA já tem “centenas de patentes” na tecnologia de blockchain. “Sabemos como entrar nesse campo.”
A incerteza regulatória fez com que os grandes bancos americanos não entrassem (até agora) no varejo das transações de bitcoin e outras criptos. Apenas seus braços de investimentos e wealth management oferecem produtos criptos, como fundos e ETFs.
Também em Davos, Richard Teng, o CEO da exchange de criptomoedas Binance, disse que o bitcoin atingirá seu máximo histórico de valorização este ano, impulsionado pela regulamentação “bem mais clara” nos EUA.
“A narrativa mudou drasticamente,” disse Teng.
De acordo com o executivo, a mudança não virá apenas de Trump. “A Câmara e o Senado são agora pró-cripto, em comparação com o passado.”
A Binance, a maior exchange do mundo, foi um dos alvos das investigações que alvejaram o mundo cripto nos anos Biden. Teve que pagar US$ 4,3 bilhões por falhas no combate à lavagem de dinheiro e por transações suspeitas envolvendo o Hamas e a Al Qaeda, organizações classificadas como terroristas nos EUA.
Em outro processo, o fundador da empresa, Changpeng Zhao, conhecido como CZ, foi condenado por ter violado as leis de lavagem de dinheiro, declarando-se culpado em novembro de 2023 e deixando o cargo de CEO. Em abril de 2024, recebeu a sentença de quatro meses de prisão e uma multa de US$ 50 milhões.
O empresário sino-canadense cumpriu a pena de maio a setembro. Quando foi preso, tinha uma fortuna pessoal de US$ 43 bilhões – e, segundo a Bloomberg, foi a pessoa mais rica a ir em cana na história dos EUA. Hoje seu patrimônio já está em US$ 67 bilhões.
