O Banco Inter está comprando uma participação de 45% na Granito, uma adquirente hoje controlada pelo Banco BMG, adicionando uma peça que faltava a seu ecossistema.
Na falta de uma adquirente própria, o Inter até agora apenas intermediava a venda da Bin, a maquininha da First Data, mas não opinava em sua precificação, termos de serviços ou na experiência do cliente.
O Inter entrará na Granito por meio de um aumento de capital de até R$ 90 milhões. A capitalização diluirá o BMG de 75% para 45%, e os fundadores da empresa (que vai mudar de nome) de 25% para 10%.
A solução tecnológica da Granito tem particularidades que a tornam ideal para o uso no ecommerce do Inter, num momento em que o banco aposta seu futuro em sua estratégia de marketplace. Na última teleconferência de resultados, o CEO João Vitor Menin disse que vai começar a preparar o super app do Inter para atender não-correntistas e usuários fora do Brasil.
Única adquirente brasileira com tecnologia desenvolvida 100% in house, a Granito foi fundada há cinco anos por ex-executivos da Stone que haviam fundado a Cappta, uma companhia investida pela Arpex Capital, de André Street. A Granito nasceu como subadquirente e se tornou um full acquirer há apenas um ano.
A aquisição vem dois meses depois do Inter levantar R$ 1,2 bilhão para aquisições que complementem e acelerem o plano de negócios do banco.
O Inter tinha 7,2 milhões de clientes ao final do terceiro trimestre — incluindo 600 mil pessoas jurídicas — e abre mais de 20 mil contas por dia útil.