Michael Burry — o gestor que lucrou bilhões com um short contra a bolha imobiliária americana e ganhou fama no filme “The Big Short” — está apostando na alta da Kraft Heinz.
Num documento enviado à SEC, sua gestora, a Scion Asset Management, revelou que comprou US$ 20 milhões em calls (opções de compra) da fabricante de ketchups ao longo do último trimestre.
As ações da Kraft fecharam em alta de quase 5% hoje depois da notícia.
Aparentemente, Burry está fazendo uma aposta de valor. A ação da Kraft negocia hoje a um múltiplo de 12 vezes o lucro do ano passado e vale menos de US$ 40 — um terço do que valia em 2017.
O movimento parece ser também um voto de confiança no turnaround liderado por Miguel Patrício, que assumiu como CEO em junho de 2019. De lá para cá, a ação subiu cerca de 20%.
Ontem, em sua apresentação no Consumer Analyst Group of New York — a principal conferência anual envolvendo empresas de consumo — Miguel disse que o engajamento dos funcionários triplicou, aumentando a retenção de talentos. A alavancagem caiu de 4,4x EBITDA em 2019 para 3,7x no final do ano passado.
Na semana passada, a Kraft também fez um desinvestimento importante: levantou US$ 3,35 bilhões com a venda para a Hormel das marcas Planters e Cor Nuts — negócios que juntos contribuíram US$ 1,1 bilhão para o faturamento da Kraft no ano passado. Em setembro, a Kraft vendeu parte de seu negócio de queijo nos EUA por US$ 3,2 bilhões à francesa Lactalis.