O Grupo Werthein — um conglomerado argentino com negócios do agro ao real estate — está dobrando sua aposta no mercado de banda larga fixa no Brasil. 

Em sua segunda aquisição desde o início do ano, o grupo acaba de adquirir a Proxxima, uma operadora independente com 240 mil clientes que opera no Nordeste, principalmente na Paraíba, Rio Grande do Norte e Bahia.

A Proxxima faturou R$ 225 milhões nos 12 meses terminados em setembro, com um EBITDA de R$ 100 milhões. Desde 2020, a companhia mais que dobrou de tamanho, saindo de 83 mil clientes para os 243 mil de hoje, em parte com a aquisição de empresas menores. 

O grupo argentino já é dono da Sky, no Brasil, e da DirecTV, que atua em diferentes países da América Latina. A Sky atende 2,4 milhões de clientes com seus serviços de TV por satélite, além de atender 77 mil clientes com o Sky Fibra, um serviço de banda larga que opera majoritariamente no modelo de rede neutra (alugando a infraestrutura de outros players como a V.tal).

Recentemente, o Werthein também adquiriu a Zaaz, que tem operações no Sul e Sudeste e cerca de 200 mil clientes.

O plano do grupo é atingir uma escala nacional no mercado de fibra óptica, e a compra da Proxxima complementa o posicionamento geográfico da Zaaz. 

O fundador do Grupo Werthein, Dario Werthein, disse ontem à Reuters que o plano da companhia é investir US$ 450 milhões na América Latina até 2031, com um foco grande no Brasil. 

A compra da Proxxima e da Zaaz parece ser parte de uma estratégia do Werthein de passar a ter fibra própria e fazer o cross-sell do conteúdo da Sky para os clientes dessas operadoras.

Hoje, para crescer no modelo de rede neutra, o grupo tem que investir pesado em marketing para atrair os clientes que já são atendidos por outras operadoras. Por exemplo: nas regiões onde a V.tal tem a infraestrutura, os clientes costumam ser da Oi; quando a rede é da I-Systems, os clientes costumam ser da TIM Brasil.

A BR Partners assessorou o Grupo Werthein.

A Advisia assessorou a Proxxima.