A Juntos Somos Mais — a joint venture da Votorantim Cimentos, Gerdau e Tigre — acaba de comprar 100% do capital da Triider, um marketplace de serviços de Porto Alegre que conecta pedreiros a pessoas precisando fazer uma obra.
Criada há dois anos com o carveout do programa de fidelidade da Votorantim Cimentos, a Juntos Somos Mais tem como acionistas a própria Votorantim (45% do capital), Gerdau e Tigre (com 27,5% cada).
A JV opera dois negócios complementares: um programa de fidelidade que atende mais de 80 mil pequenos varejistas de materiais de construção e 370 mil profissionais de obras; e um marketplace B2B, que vende mais de 20 mil produtos e fez um GMV de R$ 6,5 bilhões nos últimos 12 meses.
Com a compra da Triider, o plano da Juntos Somos Mais é criar o ‘one-stop shop’ dos pedreiros, integrando os dois marketplaces e criando um aplicativo onde esses profissionais possam achar tudo que precisam.
Na plataforma, os pedreiros poderão encontrar seu próximo cliente, comprar os materiais para a obra e, no futuro, alugar ferramentas, fazer cursos de capacitação e até usar serviços financeiros.
Fundada há quatro anos, a Triider opera em 10 cidades oferecendo mais de 50 serviços na plataforma, 92% deles ligados à área de obras e reformas. É o maior marketplace do gênero.
“A principal dor dos profissionais de obra é encontrar o próximo trabalho: muitos terminam um serviço e ficam meses ociosos,” Antonio Serrano, CEO da Juntos, disse ao Brazil Journal. “Do outro lado, a experiência do consumidor é muito ruim, baseada em indicações de amigos para se encontrar um pedreiro. A Triider resolve esses dois problemas.”
O plano da Juntos é investir R$ 50 milhões nos próximos cinco anos para expandir nacionalmente a plataforma.
A Juntos atua num mercado que movimenta mais de R$ 225 bilhões por ano no Brasil, dos quais R$ 4,6 bilhões vem dos profissionais de obras (pedreiros, encanadores e eletricistas). O setor ainda é extremamente pulverizado: quase 90% das lojas de materiais de construção são PMEs.
Segundo Serrano, a Juntos vem mais que dobrando de tamanho a cada ano e já está em negociação para comprar outras duas startups ainda este ano.
A empresa também está em conversas iniciais com fundos de private equity para um aporte de até R$ 300 milhões.
“Temos acionistas muito grandes e capitalizados, mas queremos trazer um investidor estratégico para ajudar na governança e acelerar a jornada de rápida criação de valor,” diz o CEO.